Primeiras doses da vacina contra dengue são entregues ao Ministério da Saúde

(Foto: reprodução)
O Instituto Butantan entregou as primeiras doses da vacina nacional contra a dengue ao Ministério da Saúde. O lote inicial reúne 300 mil unidades do imunizante, que será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e distribuído conforme estratégia definida pela pasta.
A vacina, chamada Butantan-DV, é a primeira do mundo contra a dengue aplicada em dose única. O imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pessoas de 12 a 59 anos e apresentou eficácia de 74,7% contra casos sintomáticos da doença, além de proteção superior a 89% contra quadros graves e de 100% contra hospitalizações.
De acordo com o Ministério da Saúde, as primeiras doses serão destinadas a profissionais da Atenção Primária à Saúde, que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e em visitas domiciliares. Estão incluídos agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos da rede básica. A estratégia deve começar no fim de janeiro de 2026.
O contrato para aquisição do imunizante foi assinado na sexta-feira (19/12) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O acordo prevê investimento de R$ 368 milhões para o fornecimento inicial de 3,9 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Até o fim de janeiro de 2026, está prevista a entrega de mais 1 milhão de doses.
O registro da vacina foi concedido pela Anvisa em 8 de dezembro, encerrando o processo regulatório e autorizando a produção e comercialização do imunizante, que será ofertado exclusivamente pelo SUS. Atualmente, o Instituto Butantan já fabricou 1,3 milhão de doses.
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Com a chegada das primeiras unidades, o Ministério da Saúde adotará uma estratégia de vacinação para avaliar o impacto do imunizante na circulação do vírus. A ação terá início em municípios-piloto: Botucatu (SP) e Maranguape (CE), com foco em adolescentes e adultos de 15 a 59 anos. Nova Lima (MG) também poderá integrar a fase inicial.
O Instituto Butantan informou que estuda a ampliação da faixa etária contemplada, incluindo crianças de 2 a 11 anos e pessoas com mais de 60 anos. A definição do público prioritário foi feita após análise técnica da Câmara Técnica de Assessoramento de Imunização (CTAI).
A ampliação da vacinação em larga escala depende do aumento da capacidade produtiva, que contará com parceria entre Brasil e China. A tecnologia desenvolvida pelo Butantan será transferida para a empresa chinesa WuXi Vaccines, o que pode multiplicar a produção em até 30 vezes.
O desenvolvimento da vacina recebeu investimento de R$ 130 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de aportes contínuos do Ministério da Saúde. Pelo Novo PAC Saúde, estão previstos mais de R$ 1,2 bilhão para a expansão da infraestrutura produtiva do Instituto Butantan.
Atualmente, o SUS também disponibiliza outra vacina contra a dengue, de um laboratório japonês, indicada para adolescentes de 10 a 14 anos e aplicada em duas doses. Desde a incorporação do imunizante, em 2024, mais de 7,4 milhões de doses já foram aplicadas no país.
Em 2025, o Brasil registrou queda de 75% nos casos prováveis de dengue e redução de 72% nas mortes em comparação com o ano anterior. Apesar do cenário de melhora, o Ministério da Saúde reforça que o controle do mosquito Aedes aegypti e as ações preventivas continuam sendo essenciais.
(*)Com informações do G1






