STJ mantém afastamento do governador do Tocantins por desvios de recursos durante a pandemia

(Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve o afastamento do governador do Tocantins, Wanderley Barbosa, e de sua esposa, Karynne Sotero Campos, por seis meses. A decisão da Corte Especial confirma a determinação do ministro Mauro Campbell, tomada em meio às investigações da Operação Fames-19, que apura supostos desvios de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia entre 2020 e 2021.
Mais de 200 policiais federais cumpriram 51 mandados de busca e apreensão em Palmas, Araguaína, João Pessoa, Imperatriz e no Distrito Federal, incluindo gabinetes de deputados estaduais. Segundo a PF, mais de R$ 97 milhões teriam sido pagos em contratos suspeitos de fornecimento de cestas básicas e frangos, com prejuízo estimado em R$ 73 milhões aos cofres públicos. Parte dos recursos desviados teria sido usada para despesas pessoais e investimentos em empreendimentos de luxo.
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O ministro Mauro Campbell afirmou que Barbosa e a esposa integraram “um esquema sistemático e bem organizado de desvio de recursos públicos” e recomendou a ratificação de seu afastamento. Além da suspensão dos cargos, ambos foram proibidos de acessar prédios públicos estaduais, e 18 empresas investigadas tiveram suas atividades suspensas por um ano.
Em nota, Barbosa afirmou que os pagamentos questionados ocorreram durante a gestão de seu antecessor e que, já como governador, determinou auditorias sobre os contratos, prometendo recorrer para comprovar a legalidade de seus atos e reassumir o cargo.
