Durante o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (03/05), o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou que os países do G4 (grupo formado por Brasil, Japão, Alemanha e Índia) trabalharão em conjunto para tomar “medidas concretas” para reformar o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Kishida também estuda um fortalecimento na relação com o Mercosul. O premiê afirmou que o Japão visualiza potencial na cooperação com o Brasil em temas envolvendo o meio ambiente e nas relações bilaterais com os países do bloco econômico.
Fumio Kishida defendeu ainda que o fortalecimento e o funcionamento da ONU é “extremamente importante” por conta da “difícil situação internacional”, em referência aos conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu.
No encontro oficial, os governos brasileiro e japonês assinaram uma série de memorandos, em áreas como comércio e segurança cibernética. Foram firmados ainda cerca de 36 acordos entre empresas brasileiras e japonesas, como por exemplo parcerias com a comunidade nikkei (termo usado para se referir a descendentes de japoneses em outros países) e de produção e venda de biomateriais, biocombustíveis e energias renováveis entre Suzano e Mitsui.
Desde o 1º ano do seu terceiro mandato, Lula tem criticado o Conselho de Segurança da ONU. O petista exige mais representatividade no grupo e o fim do poder de veto do chamado P5 (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia).
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Para Lula, falta representatividade africana e asiática nos assentos permanentes do Conselho de Segurança. Qualquer decisão tomada pelo grupo depende de votação unânime.
Somente os países do conselho permanente têm um poder de veto, recurso que pode barrar a aprovação de qualquer resolução. Ao todo, 15 países integram o conselho, dos quais 10 são temporários e alterados a cada 2 anos. O Brasil assumiu uma cadeira no biênio 2022-2023.
Fundo Amazônia
Em sua declaração no Palácio do Planalto, Kishida disse que o Japão foi o 1º país da Ásia a fazer contribuições ao Fundo Amazônia, criado pelo governo federal em 2008 para captar e aplicar recursos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento da Amazônia Legal.
O premiê japonês disse ainda que o país trabalhará “mais estritamente” com o Brasil no setor agrícola para a melhoria de terras degradadas.
*Com informações do Poder360 e Correio Braziliense