MPAM Investiga Prefeitura de Canutama por supostas contratações de parentes

(Foto: Divulgação/ Assessoria)
A rotina administrativa de Canutama, no interior do Amazonas, tem chamado a atenção do Ministério Público do Estado (MPAM) — não apenas por suspeitas de irregularidades, mas também pelo reflexo de um problema recorrente em municípios de pequeno porte: a dificuldade de manter a gestão pública dentro dos princípios constitucionais de moralidade, impessoalidade e transparência.
A Prefeitura de Canutama agora é alvo de um inquérito civil instaurado pelo MPAM para apurar suspeitas de nepotismo em contratações para cargos comissionados e temporários. A investigação surgiu após denúncias apontarem que pessoas ligadas por laços familiares a autoridades locais — incluindo secretários municipais e um vereador — estariam ocupando cargos na administração pública sem passar por processos seletivos transparentes.
Entre os nomes citados estão Audinéia Silva Souza e Alison Bruno Alves de Souza. Ambos, segundo a apuração inicial, podem ter sido nomeados em contextos que ferem os princípios da administração pública, especialmente a imparcialidade. A análise do MPAM indica que a Prefeitura não apresentou justificativas satisfatórias sobre a legalidade dessas contratações, tampouco esclareceu os critérios adotados para seleção dos servidores.
Diante das inconsistências, o Ministério Público transformou o procedimento inicial em inquérito formal e deu prazo de 15 dias para que a Prefeitura apresente documentação completa sobre as nomeações. O órgão também notificou a Câmara Municipal, solicitando informações sobre possíveis vínculos familiares entre o vereador Leonardo Alves de Souza e os servidores mencionados.
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A medida não é isolada: o MPAM já havia emitido recomendações anteriores para que o município exonerasse servidores com vínculos diretos com o prefeito, o vice-prefeito e os secretários, numa tentativa de barrar práticas de nepotismo já identificadas em gestões anteriores.
Segundo o MP, caso as irregularidades sejam confirmadas, poderão ser adotadas medidas judiciais para corrigir os atos e responsabilizar os envolvidos. A intenção é garantir que o serviço público atenda ao interesse coletivo.
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