Marcelo Ramos Rodrigues é político filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), advogado, professor, atleta, escritor e consultor. Com escritório jurídico atuando em São Paulo, Brasília e Manaus.
Nascido em Manaus em 29 de agosto de 1973, Marcelo Ramos iniciou sua carreira política no movimento estudantil, e ganhou corpo quando ele foi cursar Direito na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), onde presidiu o centro acadêmico. Em 1993, aos 20 anos, filiou-se ao PCdoB, onde conquistou seu primeiro cargo eletivo, em 2008, quando tornou-se vereador de Manaus.
Em 2010, migrou para o partido PSB e foi eleito deputado estadual do Amazonas. Ainda no Partido Socialista, em 2014 concorreu ao governo do Amazonas ficando em terceiro lugar com 10,94% dos votos.
Em 2016 Ramos concorreu à prefeitura de Manaus pelo PR, hoje rebatizado de PL (Partido Liberal), indo para o segundo turno mas perdendo para Arthur Neto (PSDB). No ano de 2018, foi eleito deputado federal com mais de 106 mil votos, onde foi vice-presidente da Câmara Federal.
Em 2024 deixou o cargo de presidente do gabinete de relações institucionais da Petrobrás para concorrer novamente à prefeitura de Manaus, mas foi derrotado ainda no primeiro turno.
Em entrevista ao repórter Lucas Thiago, da Rede Onda Digital, Marcelo Ramos falou sobre eleições 2026, filiação no PT, crise nos movimentos estudantis e sindicais, retorno ao Governo Federal, arrependimento político, incluindo a aliança com Eduardo Braga em 2017 sendo seu vice na chapa para o mandato tampão ao governo do Amazonas.
Leia a entrevista do ex-deputado federal, Marcelo Ramos na íntegra:
Rede Onda Digital – Na sua história no legislativo, diga um projeto de lei de que seja seu favorito?
Marcelo Ramos – Certamente o que considero mais importante é o PL 888/2019 que foi transformado na Lei 13.979/2019. Primeiro pelo fato de que é uma lei que mudou a vida de muita pessoas porque criou o regime especial tributário do Minha Casa Minha Vida e possibilitou a entrega de moradia digna para milhares de brasileiros. Segundo porque foi a primeira lei que aprovei como deputado federal. Foi aprovada em tempo recorde e, mesmo o ex-presidente Bolsonaro tendo vetado, derrubei o veto com esmagadora maioria no Congresso Nacional. Mas também tenho muito orgulho de, como vereador, ter criado a data-base dos servidores da saúde e da educação da cidade de Manaus que, por sinal, foram as primeiras datas-bases de servidores públicos em todo o Brasil.
Rede Onda Digital – Você é candidato para qual cargo em 2026?
Marcelo Ramos – Pretendo ser candidato ao Senado mas isso não é hoje prioridade na minha vida. Mais importante pra mim é cumprir um papel que ajude o presidente Lula a ter um desempenho melhor em Manaus, eleger um governador da nossa base e ajudar o campo progressista a fazer deputado federal e estadual.
Rede Onda Digital – Continua no PT ano que vem?
Marcelo Ramos – Eu não sou um petista tradicional, entrei no PT porque o presidente Lula pediu e não tenho planos de sair.
Rede Onda Digital – Quem será seu candidato ao governo:Omar ou David Almeida (caso venha candidato)?
Marcelo Ramos – O Omar com o apoio do David.
Rede Onda Digital – No senado vai caminhar com Eduardo Braga ou tem outro nome para apoiar?
Marcelo Ramos – Na ordem natural das coisas meus votos no senado serão Eduardo Braga e Marcelo Ramos. Votarei nos candidatos da base do presidente Lula.
Rede Onda Digital – Existe algum arrependimento da aliança em 2017 com o seu antigo rival Eduardo Braga? Bastidores revelam que naquele momento em diante o senhor começou a perder votos com o seu eleitor que lhe acompanhava justamente pela oposição ferrenha que fazia contra os velhos caciques políticos.
Marcelo Ramos – É fácil dizer que estou arrependido porque deu errado. Naquele momento eu tinha que tomar uma decisão. O Alfredo Nascimento me negou a legenda, impediu que eu fosse candidato a governador e fez uma aliança com o Eduardo Braga. Eu poderia ser candidato a vice ou não ser candidato a nada. Achei que não deveria me omitir mas, se fosse hoje, eu não teria sido vice na questão circunstâncias. Era impossível o povo entender aquela aliança. Mas é bom lembrar que depois desse episódio em 2017, em 2018 eu me elegi deputado federal com 106 mil votos. Só erra pênalti que tá lá pra bater. Quem nunca bateu um pênalti em final, nunca teve chance de errar.
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Rede Onda Digital – Recebeu o convite para voltar a Petrobrás ou algum cargo do Governo Federal?
Marcelo Ramos – Sim. Poderia ter voltado pra Petrobras mas decidi não voltar e me dedicar aos meus projetos no meu escritório e minha consultoria em Manaus, Brasília e São Paulo. Era mais desafiador e mais rentável financeiramente. Felizmente, tenho uma formação profissional sólida, conquistei muito respeito profissional e prefiro não viver da política.
Rede Onda Digital – O senhor vem de base política estudantil. Como o senhor observar atualmente os movimentos estudantis e sindicais?
Marcelo Ramos – O movimento estudantil e sindical vive uma crise profunda. Perdeu a conexão com seus representados e com isso perdeu a capacidade de forjar novas lideranças. A atual militância não percebeu que o estudante mudou, que o trabalhador mudou, que as demandas e perspectivas deles hoje são outras. Fazem discursos analógicos pro estudante e trabalhador que está na inteligência artificial. Eu procuro sempre entender e me conectar com os novos tempos. Não tempo com a realidade e com o futuro.
Rede Onda Digital – Qual político o senhor tem mais convivência ou maior amizade?
Marcelo Ramos – Certamente, o senador Omar.
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Rede Onda Digital – O que Marcelo Ramos seria se não fosse político e advogado?
Marcelo Ramos – Eu sou advogado. Político não é profissão, é missão. Eu nunca pensei em ser outra coisa que não fosse ser advogado mas, como gosto muito de atividade física, talvez atleta profissional ou professor de educação física.
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