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Eleição ‘Highlander’: Desde a redemocratização, sempre um senador em exercício perde o cargo no Amazonas

De olho neste histórico do eleitorado amazonense, ao menos quatro pré-candidatos já estão nas ruas de olho nas vagas de Braga e Plínio

A eleição dupla para o Senado no Amazonas, desde a redemocratização do País, em 1986, é marcada pela queda de ao menos um dos dois senadores que estão no exercício do cargo, uma tradição que anima os candidatos que vão desafiar no ano que vem os atuais donos dos cargos, Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB).

De olho neste histórico do eleitorado amazonense, ao menos quatro pré-candidatos já estão nas ruas de olho nas vagas de Braga e Plínio.

São eles o governador Wilson Lima (União Brasil), que usa os oito anos dele no Palácio da Compensa como credencial; o deputado Alberto Neto (PL), indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é tido como principal cabo eleitoral em Manaus; o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT), que vem ungido por Lula; e por último o secretário municipal Marcos Rotta (Avante), indicado pelo prefeito David Almeida (Avante).

Análise do cenário

Para o cientista político Moacir Santos, essa característica do eleitorado amazonense indica que ele entende a eleição para o Senado da mesma forma que a de governador, cuja escolha tende a ser mais criteriosa em função do menor número de candidatos e mais exposição do cargo.

“O senador tem muito mais visibilidade para o eleitor amazonense, que nunca deixou surgir na nossa política líderes como Renan Calheiros (MDB), de Alagoas, que cumpre mandatos de senador desde 1992, ou José Sarney (MDB), que foi senador pelo Amapá cinco ou seis vezes, e até mesmo Paulo Paim (PT), do Rio Grande do Sul e que está no quinto mandato”, destaca.

Histórico desde a redemocratização

A sina de um ou até mesmo os dois detentores do cargo ficarem pelo caminho ao buscarem a reeleição começou na eleição de 1986. Naquele ano estavam encerrando os mandatos os senadores Eunice Michiles e Raimundo Parente. Ambos eram filiados Arena, partido que dava suporte a ditadura militar (1964-1985), e assumiram as vagas de maneira curiosa e sem nenhum voto.

Raimundo Parente foi senador indicado pelo governo do general-presidente Ernesto Geisel, que havia baixado o chamado pacote de abril de 1978 e mudou a sistemática das eleições para o Senado, visando assim manter maioria na Casa. Uma das novidades era o chamado senador-biônico, que era indicado por eleição indireta.

Eunice Michiles assumiu uma cadeira no senado no início de 1979 após a morte do então senador João Bosco Ramos de Lima (Arena), de quem era suplente. Na eleição de 1986, Eunice optou por disputar (e conquistar) uma vaga na Câmara dos Deputados enquanto Parente buscou a reeleição pelo PDT de Leonel Brizola.


Saiba mais:

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Ele perdeu a eleição para Fábio Lucena e Carlos Alberto Di Carli, ambos do MDB, e assim deu início a tradição de senadores perderem a reeleição.

Oito anos depois, na eleição de 1994, estavam no exercício do mandato os senadores Carlos Alberto di Carli (MDB) e Áureo Melo (PDS). Os dois não disputaram a reeleição, optando por encerrar as carreiras na vida pública. Foram eleitos Bernardo Cabral (PP) e Jeferson Carpinteiro Peres (PSDB).

Cabral e Peres cumpriram oito anos de mandato obtendo muito destaque na cena política nacional. Cabral, que havia sido relator da Constituição de 1988, aproveitou essa experiência para atuar regulamentando uma série de dispositivos constitucionais, como por exemplo quando criou e aprovou a Lei das Águas prevendo uma série de proteções para os nossos recursos hídricos e a criação da Agência Nacional de Águas (ANA).

Jeferson Péres marcou a presença dele na Casa com uma luta incessante pela ética na política num dos momentos mais conturbados da vida no Senado. Foi assim que se tornou uma voz nacional e ouvida por todas as lideranças políticas do País.

Na eleição seguinte com duas vagas, Peres e Cabral buscaram a reeleição, mas só Peres obteve sucesso. Cabral foi superado por Arthur Virgílio Neto (PSDB), que havia sido líder do governo Fernando Henrique no Congresso e Ministro-Chefe da Casa Civil.

Peres morreu no meio do mandato, deixando o posto para o economista Jeferson Praia (PDT). Arthur, por sua vez, marcou sua passagem pelo Senado como a principal voz de oposição aos governos Lula 1 (2003-2006) e Lula 2 (2007-2010). Como líder do PSDB impôs a principal derrota de Lula no Congresso Nacional ao comandar a derrubada de um projeto que prorrogava a cobrança do chamado imposto do cheque, a CPMF.

Em 2010 tanto Arthur Neto quando Praia tentaram a reeleição, mas ambos foram derrotados por Eduardo Braga (MDB) e Vanessa Grazziotin (PCdoB), eleitos com amplo de Lula e do governador Omar Aziz, que havia ficado no cargo após a desincompatibilização de Braga em abril daquele ano.

Braga e Vanessa seguiram a tradição de senadores amazonenses obterem grande destaque no Senado, relatando matérias importantes e assumindo a liderança dos próprios partidos.
Em 2018, ambos buscaram a renovação dos mandatos, mas apenas Braga conseguiu voltar ao Senado e mesmo assim com enormes dificuldades, pois só ultrapassou Luiz Castro (Rede) quando a apuração dos votos já estava próxima de ser encerrada.

Vanessa se desgastou muito na defesa do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), principalmente nos meses que definiram o impeachment dela em 2016 e chegou muito fragilizada politicamente na eleição e acabou perdendo sua vaga para Plínio Valério (PSDB).

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A eleição dupla para o Senado no Amazonas, desde a redemocratização do País, em 1986, é marcada pela queda de ao menos um dos dois senadores que estão no exercício do cargo, uma tradição que anima os candidatos que vão desafiar no ano que vem os atuais donos dos cargos, Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB).

De olho neste histórico do eleitorado amazonense, ao menos quatro pré-candidatos já estão nas ruas de olho nas vagas de Braga e Plínio.

São eles o governador Wilson Lima (União Brasil), que usa os oito anos dele no Palácio da Compensa como credencial; o deputado Alberto Neto (PL), indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é tido como principal cabo eleitoral em Manaus; o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT), que vem ungido por Lula; e por último o secretário municipal Marcos Rotta (Avante), indicado pelo prefeito David Almeida (Avante).

Análise do cenário

Para o cientista político Moacir Santos, essa característica do eleitorado amazonense indica que ele entende a eleição para o Senado da mesma forma que a de governador, cuja escolha tende a ser mais criteriosa em função do menor número de candidatos e mais exposição do cargo.

“O senador tem muito mais visibilidade para o eleitor amazonense, que nunca deixou surgir na nossa política líderes como Renan Calheiros (MDB), de Alagoas, que cumpre mandatos de senador desde 1992, ou José Sarney (MDB), que foi senador pelo Amapá cinco ou seis vezes, e até mesmo Paulo Paim (PT), do Rio Grande do Sul e que está no quinto mandato”, destaca.

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A sina de um ou até mesmo os dois detentores do cargo ficarem pelo caminho ao buscarem a reeleição começou na eleição de 1986. Naquele ano estavam encerrando os mandatos os senadores Eunice Michiles e Raimundo Parente. Ambos eram filiados Arena, partido que dava suporte a ditadura militar (1964-1985), e assumiram as vagas de maneira curiosa e sem nenhum voto.

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Eunice Michiles assumiu uma cadeira no senado no início de 1979 após a morte do então senador João Bosco Ramos de Lima (Arena), de quem era suplente. Na eleição de 1986, Eunice optou por disputar (e conquistar) uma vaga na Câmara dos Deputados enquanto Parente buscou a reeleição pelo PDT de Leonel Brizola.


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Cabral e Peres cumpriram oito anos de mandato obtendo muito destaque na cena política nacional. Cabral, que havia sido relator da Constituição de 1988, aproveitou essa experiência para atuar regulamentando uma série de dispositivos constitucionais, como por exemplo quando criou e aprovou a Lei das Águas prevendo uma série de proteções para os nossos recursos hídricos e a criação da Agência Nacional de Águas (ANA).

Jeferson Péres marcou a presença dele na Casa com uma luta incessante pela ética na política num dos momentos mais conturbados da vida no Senado. Foi assim que se tornou uma voz nacional e ouvida por todas as lideranças políticas do País.

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Peres morreu no meio do mandato, deixando o posto para o economista Jeferson Praia (PDT). Arthur, por sua vez, marcou sua passagem pelo Senado como a principal voz de oposição aos governos Lula 1 (2003-2006) e Lula 2 (2007-2010). Como líder do PSDB impôs a principal derrota de Lula no Congresso Nacional ao comandar a derrubada de um projeto que prorrogava a cobrança do chamado imposto do cheque, a CPMF.

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