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“Ditadura é erva daninha: precisa ser arrancada todos os dias”, alerta Cármen Lúcia

Ministra do STF compara regimes autoritários a plantas invasoras e diz que democracia exige vigilância diária para não ser sufocada
30/11/25 às 09:45h
“Ditadura é erva daninha: precisa ser arrancada todos os dias”, alerta Cármen Lúcia

Carmen Lúcia fala sobre literatura e democracia na Festa Literária da Casa de Rui Barbosa
Fernando Frazão/Agência Brasil

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou no sábado (29/11), durante evento literário no Rio de Janeiro, que a democracia precisa ser defendida diariamente para impedir o avanço de iniciativas autoritárias.

Em um dos trechos mais fortes de sua fala, ela comparou as ditaduras a “ervas daninhas” que, se não forem arrancadas e vigiadas, voltam a ameaçar o país.

A erva daninha da ditadura, quando não é cuidada e retirada, toma conta do ambiente. Ela surge do nada. Para a gente fazer florescer uma democracia, é preciso construir e trabalhar todo dia por ela”, declarou a ministra durante a conferência Literatura e Democracia, parte da 1ª Festa Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa (FliRui).

As declarações ocorrem poucos dias após o STF determinar o início do cumprimento das penas impostas aos condenados do chamado Núcleo 1, grupo que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, militares e ex-integrantes do governo.

Para Cármen Lúcia, regimes de exceção funcionam como plantas invasoras que surgem em momentos indesejados e podem destruir um ecossistema.


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Ela também relembrou documentos golpistas que citavam planos para assassinar autoridades dos três Poderes.

“Primeira vítima de qualquer ditadura é a Constituição”, disse. “Se tivessem dado golpe, eu estava na prisão. Nem poderia estar aqui julgando.”

A ministra destacou ainda que os planos para “neutralizar” ministros do Supremo não tinham sentido figurado.

Neutralizar não era harmonizar o rosto para impedir rugas. Neutralizar é não poder ter rugas porque mata a pessoa antes, ainda jovem”, afirmou.

Cármen Lúcia reforçou a importância de aproximar o debate sobre democracia de espaços culturais e acolhedores, como a Fundação Casa de Rui Barbosa. Para ela, ambientes literários ampliam o alcance dessas discussões, muitas vezes restritas ao universo jurídico.

A programação da FliRui termina neste domingo (30/11) e reúne autores de destaque, incluindo escritores indígenas como Daniel Munduruku e Márcia Kambeba.

Durante o evento, a ministra também ressaltou o legado democrático de Rui Barbosa, exilado por defender direitos fundamentais.

 

*Com informações de O Dia e Agência Brasil.