O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse hoje que vai ler no plenário os requerimentos das CPIs que já têm as assinaturas necessárias, entre elas a CPI do MEC, mas que essa e outras comissões só devem ser instaladas depois das eleições.
A leitura é uma das etapas para criação das comissões. Após a leitura dos requerimentos, cabe aos partidos indicarem membros para as comissões. A estratégia da base governista é retardar as indicações e, assim, evitar que a CPI do MEC funcione durante a campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
A motivação para a criação da CPI foram as denúncias de corrupção e tráfico de influência que levaram à demissão do ex-ministro Milton Ribeiro. Em março, Ribeiro foi gravado em áudio afirmando que repassava verbas do Ministério da Educação à prefeituras intermediadas por dois pastores evangélicos, e que o fazia a pedido do presidente Bolsonaro.
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Para contrapôr à CPI do MEC, o Senado também abriria outras comissões propostas por senadores governistas. Uma delas busca investigar o crime organizado e o narcotráfico, outra a atuação de ONGs na Amazônia, outra pretende apurar eventuais irregularidades em obras inacabadas de governos anteriores.
A oposição ao governo protestou. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido de criação da CPI do MEC, disse que, caso Pacheco não leia o pedido de criação da CPI até quarta-feira (6), vai ingressar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando a medida.