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Câmara avança em projeto que pune uso de IA em pornografia infantil e cria novos crimes digitais

Proposta endurece penas, tipifica sextorsão e spoofing e torna pornografia infantojuvenil crime hediondo; texto segue para o Plenário
11/12/25 às 16:28h
Câmara avança em projeto que pune uso de IA em pornografia infantil e cria novos crimes digitais

(Foto: Bruno Sparda/Câmara dos Deputados)

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3066/25, do deputado Osmar Terra (PL-RS), que busca frear o uso de inteligência artificial e de ferramentas digitais na produção de conteúdos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes.

O parecer é da deputada Soraya Santos (PL-RJ). O texto estabelece pena de três a seis anos de reclusão e multa para quem utilizar IA na criação de representações digitais fictícias de menores em cenas de sexo explícito, mesmo quando não há participação de pessoas reais. A regra abre exceção para conteúdos produzidos com fins acadêmicos, científicos ou investigativos, com eventual autorização judicial.

A proposta também avança em outros pontos considerados sensíveis:

  •  cria o crime de sextorsão, com pena de seis a dez anos para quem ameaça divulgar imagens íntimas de menores em troca de vantagem;
  • define o crime de spoofing, quando há mascaramento de identificação digital para dificultar investigações, com pena de um a três anos e multa;
  •  aumenta em dois terços a pena por aliciamento de crianças e adolescentes quando houver uso de IA, deepfake, perfis falsos ou plataformas de jogos online;
  •  classifica a pornografia infantojuvenil como crime hediondo, restringindo benefícios penais.

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Soraya Santos afirmou que a proposta está alinhada ao princípio da proteção integral previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo ela, o crescimento de crimes digitais envolvendo menores justificou o endurecimento da legislação. “O projeto representa uma resposta legislativa proporcional e necessária diante do alarmante crescimento dos crimes de pornografia infantil na internet”, declarou.

O texto aprovado altera o ECA, o Código de Processo Penal, a Lei de Execução Penal, a Lei dos Crimes Hediondos e a Lei das Organizações Criminosas.

A relatora fez uma mudança no parecer ao retirar o trecho que também criminalizava o desenvolvimento e a comercialização de softwares de mascaramento de IP. Soraya argumentou que penalizar desenvolvedores poderia ferir direitos constitucionais, como privacidade e liberdade de expressão. Para ela, o objetivo da proposta é punir o uso criminoso das tecnologias, não inibir inovação.

Com a aprovação na CCJ e já avalizado pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, o projeto segue agora para votação no Plenário da Câmara. Para virar lei, ainda precisa passar pelo Senado.

 

 

*Com Agência Câmara de Notícias