Ninguém pode afirmar que o “cessar-fogo” no Partido Liberal (PL) não está funcionando. Do ponto de vista de efetividade política, de fato, a conversa — entre Alberto Neto e o grupo politico de Coronel Menezes — que segundo informações durou mais de quatro horas, está produzindo frutos incontestáveis: Menezes parou de atacar as lideranças do partido (Alberto Neto, Alfredo Nascimento e Valdemar Costa Neto).
Conforme já afirmamos aqui, diferente do que se divulgou a época, Coronel Menezes não foi convidado para ser vice de Alberto Neto, e segundo informações, esse não é o cargo dos sonhos do ex-militar. É aqui que está o “x” da questão. Interlocutores ligados aos bastidores do “cessar-fogo” afirmam que Coronel Menezes não se importa se será candidato ou não a qualquer cargo em 2024; se concorrerá para ser vereador, vice ou nada. O que importa são as eleições de 2026 para o Senado Federal.
Menezes quer ser o candidato do partido ao Senado em 2026. Essa é a sua condicionante para não criar mais problemas e confusões no meio da direita amazonense. O ex-militar sabe que isso precisa ser uma construção dentro do partido, e que isso levará tempo; e Alberto Neto não deu nenhuma garantia de candidatura, mas em nome da união da direita, também não vai criar obstáculos.
Em 2026, dois terços do Senado Federal passarão pelas urnas. Aqui no Amazonas, Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) caminham para tentar a reeleição; por outro lado, existe uma tradição que aponta para a hipótese do governador Wilson Lima (UB) renunciar ao governo para se candidato ao Senado; conforme ocorreu com Eduardo Braga e Omar Aziz quando passaram pelo governo do Amazonas.
Nesse cenário, teremos pelo menos três candidatos que de alguma forma contam com uma parcela do eleitorado da direita no Amazonas: Plínio Valério (PSDB), Coronel Menezes (PL) e Wilson Lima (UB).