
BASTIDORES: Os falsos heróis da política digital

Vivemos uma era em que o vídeo na internet muitas vezes pesa mais que um mandato inteiro. Em tempos de redes sociais, a política se transformou num grande palco e muitos políticos passaram a atuar mais como influenciadores do que como representantes do povo.
É nesse cenário que surgem os “falsos heróis”, figuras que vestem a capa do salvador, discursam com indignação ensaiada e se aproveitam da boa vontade da população, que anseia por mudanças reais. Eles se alimentam do desejo coletivo por um país melhor, mas entregam pouco ou quase nada de concreto.
Na prática, muitas dessas figuras fazem da política um show. Gravam vídeos “lacrando” contra adversários, viralizam com frases de efeito e se posicionam como guardiões da moral. Mas, ao analisar suas atuações, o que se vê são mandatos frágeis, projetos inexpressivos e uma presença parlamentar que se resume ao espetáculo virtual.
Enquanto os holofotes estão acesos, aparecem para abraçar causas populares, criticar decisões impopulares e posar como voz do povo. Mas onde estão quando é hora de discutir o orçamento, propor políticas públicas eficazes ou enfrentar os lobbies que emperram o progresso? Sumidos, ou calados.
Essa postura é ainda mais perigosa quando o político tenta se vender como o “único verdadeiro” defensor de um ideal, atacando até mesmo aliados e pessoas do próprio campo político para se manter em evidência. O ego, nesse caso, fala mais alto que o compromisso com a coletividade.
O alerta é necessário: analise o que esse político realmente fez. Quais projetos propôs? Quantas audiências participou? Quais resultados entregou para sua cidade, seu estado ou para o país? Política séria não se mede por engajamento, mas por responsabilidade e entrega.
É preciso parar de cair na armadilha dos falsos heróis que, ao invés de lutar pelo povo, lucham por likes e votos. A política precisa de representantes que trabalhem com seriedade, não de artistas de rede social com ambições de poder travestidas de patriotismo.