Um casal de Belo Horizonte está com dificuldades de registrar o filho, que nasceu no dia 31 de agosto: O casal Catarina Prímola e Danillo Prímola até agora não conseguiu o registro da criança, porque o nome escolhido pelos pais não foi autorizado pelo cartório, nem pela Justiça.
Eles escolheram batizar o filho com o nome do primeiro faraó negro do Egito: Piiê.
Porém, segundo o casal, o cartório não aceitou o registro por conta da grafia, e os pais foram à Justiça. A juíza que recebeu o processo também não aceitou o registro, e alegou que a criança sofreria bullying porque o nome é semelhante ao passo de ballet “plié” . Por causa do impasse, o menino está sem certidão de nascimento até agora.
À imprensa, Catarina protestou:
“Tem as vacinas que ele tem que tomar, teste do pezinho, tudo isso a gente precisa da documentação dele pronta. É importante pra ele saber também que nossa herança é de reis e rainhas africanas, que ele vem desse povo”.
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O pai da criança, Danilo, falou à imprensa sobre como escolheu o nome:
“Nós conhecemos esse nome através do carnaval de 2023 porque eu sou coreógrafo da Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova […] e aí teve um enredo deles. Tinha uma palavra lá que falava sobre o faraó negro. Fomos pesquisar como que era e a gente encontrou a história do Piiê, que foi um guerreiro núbio que lutou e conquistou o Egito e se tornou o primeiro faraó negro”.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) disse em nota que os pais não apresentaram, na documentação, a relação do personagem a aspectos culturais e históricos por eles valorizados, e que “o oficial de registro civil não registrará prenomes suscetíveis de expor ao ridículo seus portadores, observado que, quando os genitores não se conformarem com a recusa do Oficial, este submeterá por escrito o caso à decisão do juiz competente, independente da cobrança de quaisquer emolumentos”.
Os pais ainda podem tentar reverter a decisão.
Com informações de G1.