A viúva do ex-presidente do Haiti, Jovenel Moise, é acusada de ser cúmplice de seu assassinato. A Justiça haitiana indiciou cerca de cinquenta pessoas, incluindo a ex-primeira-dama, Martine Moise, um ex-primeiro-ministro e um ex-chefe de polícia pelo possível envolvimento no assassinato do presidente em 2021, informou um veículo de comunicação local.
O site haitiano AyiboPost publicou nesta segunda-feira (20/02) a ordem do juiz responsável pela investigação do caso, um documento de 122 páginas “resultante de cerca de dez audiências” que, no entanto, não permite “identificar claramente os autores intelectuais do assassinato”.
De acordo com este documento, o magistrado solicitou o encaminhamento de Martine Moise, primeira-dama do Haiti, e de outras 50 pessoas ao tribunal penal “para serem julgados por formação de quadrilha, assalto à mão armada, terrorismo, homicídio e de cumplicidade em homicídio”, crimes cometidos contra o presidente Jovanel Moise.
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Baleado dentro de casa
Em 7 de julho de 2021, Jovenel Moise foi baleado e morto em sua residência privada, aos 53 anos, por um comando de mais de 20 pessoas, principalmente mercenários colombianos, sem a intervenção de seus guarda-costas. A própria Martine Moise ficou ferida durante o ataque.
No dia 9 de fevereiro, Joseph Vincent, um haitiano-americano acusado de ter participado do assassinato, foi condenado na Flórida, nos Estados Unidos, à prisão perpétua.
A Justiça norte-americana iniciou processos contra 11 pessoas acusadas de envolvimento no assassinato do presidente, alegando que o complô havia sido tramado na Flórida. Quatro deles foram condenados à prisão perpétua, incluindo Joseph Vincent, que se declarou culpado em dezembro.
O Haiti enfrenta uma grave crise política, de segurança e humanitária, com gangues armadas assumindo o controle de áreas inteiras do país. O número de homicídios mais que dobrou em 2023 e o assassinato de Moise deixa a situação do país mais pobre do continente americano ainda mais caótica.