Uma jornalista da TVE, rede estatal da Espanha, foi interrompida e impedida por um grupo de israelenses de continuar uma entrada ao vivo de Jerusalém nesta quarta-feira (10/04).
Correspondente renomada, Almudena Ariza, falava sobre a crescente pressão internacional por um cessar-fogo em Gaza quando um dos homens invade a filmagem e se coloca na frente da jornalista.
Nas imagens transmitidas, é possível ver a jornalista pedindo para ele sair. O homem, no entanto, fala algo em hebraico e permanece no lugar. Ariza tenta novamente, dessa vez em inglês, mas é ignorada. A transmissão, então, é encerrada pela emissora.
“Vamos ter que interromper nossa comunicação porque não estão deixando que continuamos. São cidadãos, não são policiais, e não estão deixando que continuemos”, disse a correspondente, ao vivo.
Se incrementa la presión sobre Netanyahu y aumentan también las dificultades para informar desde Jerusalén, como le ha ocurrido a nuestra corresponsal, @almuariza, que ha sido interrumpida por varios ciudadanos durante una conexión en directo
▶https://t.co/w5yKelrlK4 pic.twitter.com/FrBavF3PMW
— Telediarios de TVE (@telediario_tve) April 10, 2024
Segundo a jornalista, situações como essa são cada vez mais comuns. “Eles não querem que estejamos aqui e não querem que falemos de Gaza”, explicou a jornalista, que já foi correspondente em Pequim, Paris, Nova York e agora Jerusalém, um território ocupado e também alvo de disputa entre Israel e Palestina.
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Imagens feitas após o encerramento da entrada ao vivo mostram que os assediadores continuaram hostilizando a repórter, com algum deles questionando se ela realmente não sabia o porquê daquilo.
"¿No entiendes por qué?"
Así han seguido hostigando a la compañera Almudena Ariza (@almuariza) y al resto del equipo de la corresponsalía en Jerusalén los ciudadanos israelíes que han obligado a interrumpir su conexión en directo con el @telediario_tvehttps://t.co/pwDtXDbc50 pic.twitter.com/NIRc5mqg2x
— RTVE Noticias (@rtvenoticias) April 10, 2024
O assédio foi denunciado à polícia pela jornalista. Em sua conta no X, antigo Twitter, Ariza relatou que, além de ter sido impedida de trabalhar, também foi alvo de ameaças.
“Eles nos impediram de nos apresentar ao vivo e ameaçaram “ligar para outras pessoas” e “fazer algo ruim conosco”. Infelizmente, esse assédio à imprensa é comum aqui”, afirmou.
Estoy ahora en comisaría denunciando el acoso y las amenazas de dos ciudadanos judíos.
Nos han impedido realizar el directo y nos han amenazado con “llamar a otros” y “hacernos algo malo”.
Este acoso a la prensa, aquí es, desgraciadamente frecuente.
Gracias por los mensajes.— Almudena Ariza (@almuariza) April 10, 2024