Número de mortos em protestos no Nepal sobe para 72, segundo autoridades

Foto: Prabin Ranabhat/AFP
As autoridades nepalesas atualizaram neste domingo (14) o balanço de vítimas dos violentos protestos anticorrupção da semana passada. De acordo com o Ministério da Saúde, o total de mortos subiu para 72, à medida que equipes de resgate continuam encontrando corpos em escombros de prédios públicos, residências e outras construções incendiadas durante os distúrbios.
Redes sociais proibidas
As manifestações tiveram início após o governo impor, na semana passada, uma proibição ao uso de redes sociais, medida que foi revertida dias depois. Na segunda-feira (8/9), após embates entre a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha, contra os manifestantes, ocorreram 19 mortes.
Outra manifestação nessa semana foi registrada no parlamento, que foi incendiado e destruído pelos manifestantes. As casas dos ministros também foram afetadas. A esposa de um deles morreu.
Nova liderança política
A juventude nepalês, especialmente representantes da Geração Z, liderou os protestos. Após uma reunião com membros do Exército em Katmandu, na quinta-feira (11/9), os jovens pediram formalmente a dissolução do parlamento.
Ojashwi Raj Thapa, um dos principais líderes do movimento, anunciou que o grupo escolheu a ex-presidente da Suprema Corte, Sushila Karki, para liderar um governo interino. Thapa afirmou que não se trata de uma rejeição à Constituição, mas da necessidade de reformas estruturais.
Leia também:
Em protesto contra bloqueio das redes sociais, 14 pessoas morrem e dezenas ficam feridas no Nepal
Sobe para 51 o número de mortos em protestos no Nepal
Acusações contra o governo
Outro representante do movimento, Purushottam Yadav, declarou que o grupo havia obtido autorização oficial do Chefe do Distrito de Katmandu para protestar pacificamente. No entanto, segundo ele, os manifestantes foram alvo de uma ação violenta por parte das autoridades, o que desencadeou os confrontos.
Após os casos, o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli renunciou o cargo.
*com informações da CNN
