O ex-presidente Evo Morales, atual líder da oposição na Bolívia, está sendo investigado pelo estupro de uma menor há oito anos, revelou na quinta-feira (3/10) o ministro boliviano da Justiça, César Siles.
Em coletiva de imprensa, Siles disse:
“Observamos com indignação crimes graves que pretendem ficar na impunidade. Refiro-me concretamente a uma menina estuprada aos 15, 16 anos”.
Produto desse estupro, [a mãe] deu à luz outra menina e o pai reconhecido na certidão de nascimento é o senhor Evo Morales Ayma. Existe um processo aberto, sob investigação”.
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Moraes também virou pivô de um escândalo recente, quando a promotora Sandra Gutiérrez denunciou que foi destituída por pedir a prisão de Morales no âmbito de uma investigação por “tráfico de pessoas”. Gutiérrez disse que havia iniciado uma investigação contra Morales a partir de uma denúncia que foi apresentada na semana passada com base em um relatório policial de inteligência.
Em 26 de setembro, Gutiérrez pediu a prisão do líder indígena de 64 anos. O mandado contra Morales – que teve trecho vazados à imprensa – aponta que, em 2016, o então presidente se envolveu com uma menor de 15 anos com quem teve uma filha.
Na quarta-feira, uma juíza de Santa Cruz acolheu um recurso da defesa de Morales que deixou sem efeito a ordem de captura. Depois disso, Gutiérrez garantiu que foi destituída por instrução do procurador-geral Juan Lanchipa.
No X, Morales se disse perseguido. Ele escreveu:
“Não me causa estranhamento, nem preocupação. Todos os governos neoliberais, incluído o atual, ameaçaram-me, perseguiram-me, prenderam-me, tentaram me matar. Não tenho medo! Não vão me calar!”.
Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019 e impulsionou o triunfo eleitoral de seu sucessor Luis Arce, que foi seu ministro da Economia por mais de uma década. Porém, hoje os dois estão rompidos e disputam atualmente a liderança do partido de situação, o MAS, e a indicação presidencial para as eleições gerais de 2025.