A advogada que representa a jovem que acusou Daniel Alves de estupro afirmou que vai recorrer da anulação da condenação do ex-jogador. Ester Garcia falou a jornalistas nesta sexta (28/3) e chamou a decisão de “retrocesso”.
A advogada disse que a vítima ficou profundamente decepcionada e triste com a anulação. Segundo ela, foi como se “tivesse voltado ao banheiro” onde o estupro teria acontecido.
Ester afirmou:
“É um retrocesso, tanto do ponto de vista jurídico quanto social, às lutas contra a violência sexual. E, de alguma maneira, acredito que pode desincentivar que as mulheres denunciem as agressões sexuais que sofreram”.
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O Tribunal Superior da Catalunha anulou hoje a condenação de Alves por unanimidade. O ex-jogador havia sido sentenciado a 4 anos e 6 meses de prisão por um tribunal de primeira instância, acusado de estuprar a jovem em uma discoteca em Barcelona, em caso que ocorreu em 30 de dezembro de 2022.
Os juízes apontaram que a decisão anterior apresentava “lacunas e imprecisões”. Entre elas, no entendimento dos juízes a “vítima era uma testemunha não confiável” porque várias das suas declarações não foram verificadas, e que a declaração dela sobre “penetração vaginal não consentida” não teria sido contrastada com outras provas, como impressões digitais e evidências de DNA biológico”.
Apesar de não duvidarem do teor da denúncia, a Corte entendeu que a sentença em primeira instância não esgotou todos os recursos para comprovar a versão da acusação.
E a sentença ressalta que a decisão de anular a condenação não significa que o tribunal esteja afirmando que a versão de Alves — de que não houve estupro e que ele teve uma relação sexual consentida com a vítima — seja a correta.
Em janeiro de 2023, Daniel Alves foi preso e denunciado pela polícia de Barcelona pelo crime. Ele forneceu ao menos quatro versões diferentes para o caso, enquanto a vítima manteve seu testemunho. O julgamento do caso ocorreu em fevereiro do ano passado e durou três dias.
*Com informações de G1.