Caças venezuelanos sobrevoam navio americano; Pentágono diz que ação foi “altamente provocativa”

(Foto: Divulgação/Marinha dos EUA)
Dois caças F-16 da Venezuela realizaram um voo de aproximação sobre o destróier norte-americano USS Jason Dunham nesta quinta-feira (4/9), no sul do Caribe. O Pentágono confirmou o episódio e classificou a ação como “altamente provocativa”.
A embarcação dos EUA integra uma operação de combate ao narcotráfico internacional, que conta ainda com outros navios de guerra e um submarino nuclear na região. Segundo o Departamento de Defesa, o sobrevoo teve como objetivo interferir nas atividades militares americanas contra o narcoterrorismo. “O cartel que controla a Venezuela é fortemente advertido a não obstruir ou tentar dissuadir nossas operações”, disse o órgão em comunicado.
O incidente ocorre dois dias após os Estados Unidos bombardearem um barco no Caribe, ação que resultou na morte de 11 integrantes da gangue venezuelana Tren de Aragua, classificada como terrorista por Washington. O presidente Donald Trump afirmou que a embarcação transportava drogas com destino ao território americano e acusou Nicolás Maduro de comandar tanto o grupo quanto o Cartel de los Soles, apontado por autoridades dos EUA como parte de uma rede de tráfico de drogas no país.
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Analistas, no entanto, destacam que o Cartel de los Soles funciona mais como uma rede descentralizada que reúne militares e políticos, e não como uma organização com comando único. Ainda assim, Maduro é visto como um dos maiores beneficiários do sistema de governança criminal instalado na Venezuela.
A movimentação militar dos EUA no Caribe levanta especulações sobre uma possível intervenção. “O tipo de equipamento enviado não corresponde apenas a uma operação contra o tráfico”, avalia Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos Estados Unidos. Para o cientista político Maurício Santoro, a mobilização lembra a estratégia usada pelos americanos em relação ao Irã meses atrás.
Maduro, por sua vez, reagiu. No início da semana, afirmou que o envio de embarcações americanas representa “a maior ameaça à América Latina do último século” e prometeu resistência. “Se a Venezuela for atacada, passará imediatamente a um período de luta armada em defesa do território nacional”, declarou.
*Com informações do G1.
