Venezuela acusa EUA de “extorsão” e governo americano rebate: “O povo da Venezuela merece algo melhor”

(Foto: reprodução)
A Venezuela acusou os Estados Unidos de promoverem a “maior extorsão” de sua história durante reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta terça-feira (23/12). A declaração foi feita pelo embaixador venezuelano nas Nações Unidas, Samuel Moncada, ao criticar a pressão exercida por Washington contra o país.
Segundo Moncada, o governo norte-americano estaria atuando fora das normas do direito internacional ao interceptar navios com petróleo venezuelano no Mar do Caribe e impor sanções econômicas. A Venezuela anunciou que formalizou uma denúncia à ONU após a apreensão do segundo petroleiro, ocorrida no sábado (20/12), classificando a ação como pirataria internacional.
“Estamos diante de uma potência que atua à margem do direito internacional, exigindo que nós venezuelanos abandonemos nosso país e o entreguemos. Trata-se da maior extorsão de que se tem notícia em nossa história”, disse Moncada.
A sessão do Conselho de Segurança foi convocada para discutir as queixas apresentadas por Caracas sobre o bloqueio a embarcações e as operações dos Estados Unidos na região. Na reunião, Rússia e China reafirmaram apoio ao governo de Nicolás Maduro e criticaram a postura americana.
O representante chinês, Sun Lei, afirmou que “a China se opõe a todos os atos de unilateralismo e intimidação, e apoia todos os países na defesa da sua soberania e da dignidade nacional”.
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Já o embaixador russo Vassily Nebenzia, afirmou que “os atos cometidos pelos Estados Unidos violam todas as normas fundamentais do direito internacional. A responsabilidade de Washington também se evidencia nas consequências catastróficas dessa atitude de caubói”.
Os Estados Unidos, por sua vez, disseram ao Conselho que irão impor e aplicar sanções contra a Venezuela e contra Maduro no limite máximo permitido. O embaixador americano na ONU, Mike Waltz, afirmou que o objetivo é restringir o acesso do governo venezuelano a recursos provenientes do petróleo, que, segundo ele, sustentariam a permanência de Maduro no poder e atividades ligadas ao narcotráfico. Washington acusa o presidente venezuelano de liderar o chamado Cartel de los Soles e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura.
“A capacidade de Maduro de vender o petróleo da Venezuela permite sua reivindicação fraudulenta de poder e suas atividades narcoterroristas. O povo da Venezuela, francamente, merece algo melhor”, afirmou Waltz
No mesmo dia, a Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo partido governista, aprovou uma lei que prevê penas de até 20 anos de prisão para quem promover ou financiar atos classificados como pirataria, bloqueios ou outros crimes internacionais. A proposta será enviada ao Executivo e entra em vigor após publicação no Diário Oficial.
*Com informações do G1.






