Saúde feminina: Setembro em Flor alerta para o câncer de colo de útero

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A campanha Setembro em Flor, organizada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, é uma campanha de conscientização sobre os cânceres ginecológicos com mais de 30 mil brasileiras diagnosticadas por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Entre os tipos mais comuns, o câncer de colo de útero causado pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano) e transmitido principalmente por relações sexuais, é a doença que mais mata mulheres no Amazonas.
Conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP), são 23 mortes, em média, a cada mês. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) para 2025, são previstos 610 novos casos no Amazonas.
“O câncer de colo de útero é causado pela infecção do vírus HPV, que é uma infecção sexualmente transmissível. A maioria das mulheres vai entrar em contato com o vírus na relação sexual e a grande maioria das mulheres vai conseguir debelar a infecção e não desenvolver o câncer. Porém, aquelas mulheres que fumam, que têm alguma doença que piore a sua imunidade, como transplantados renais, pessoas em tratamento de câncer e também pessoas com HIV, têm maior chance de desenvolver o câncer de colo de útero”, explicou a oncologista Mariana Ferreira, que atua em Manaus.
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Segundo a especialista, praticamente todos os casos estão associados ao HPV, o que reforça a importância da vacinação precoce, preferencialmente antes do início da vida sexual.
“Praticamente todo câncer de colo de útero é causado pela infecção pelo vírus do HPV, por isso a importância da vacinação antes da primeira relação sexual tanto para as meninas quanto para os meninos”, explicou.
Prevenção
De acordo com o Secretaria de Saúde do Estado (SES-AM), estudos demonstram que a doença é 100% evitável quando trabalhados os três níveis de prevenção. Na prevenção primária, existe a vacina contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que está à disposição na rede de Atenção Básica nas Unidades Básicas de Saúde (UBS); na secundária, através do exame preventivo, que detecta inflamações pré-malignas e que precisam fazer a colposcopia com biopsia do colo do útero; e terciária, em que todas as pacientes com resultado da biópsia confirmando as lesões precursoras, precisam tratar essas inflamações através da conização.
Sintomas
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) destaca que os sinais e sintomas dos cânceres ginecológicos variam entre os subtipos, sendo o sangramento vaginal e corrimento anormais os mais comuns em cânceres do útero, corpo e colo.
Considerado grave e silencioso, o câncer de ovário é infelizmente descoberto em 75% dos casos, em estágios avançados. Porém, alguns sintomas precisam de atenção como inchaço abdominal; sensação de empanzinamento; dor pélvica ou pressão abaixo do umbigo; fadiga, entre outros.
DNA do HPV
Segundo a oncologista, uma das principais inovações no combate à doença é a pesquisa do DNA do HPV no material coletado durante o exame Papanicolau. “Muitas mulheres têm [o exame] papanicolau normal e estão com o vírus. A realização da pesquisa do DNA do HPV em associação a realização do papanicolau vai nos ajudar a definir melhor quem é a paciente que vamos seguir mais próximo e assim evitar que ela desenvolva o câncer”, revelou.
Amazonas ficou de fora
Ainda de acordo com Mariana Ferreira, o Amazonas, apesar de ser o estado campeão de colo de útero, não foi contemplado neste ano com a realização do teste. “A previsão do Ministério da Saúde é que o exame seja oferecido em todo o país até o fim de 2026”, destacou.
Cepcolu, unidade pioneira na prevenção do Câncer de Colo Uterino no Amazonas
O primeiro Centro Avançado de Prevenção ao Câncer do Colo do Útero (Cepcolu) do Amazonas foi entregue no dia 10 de março deste ano, pelo governador Wilson Lima. Ele funciona integrado a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon).
O Cepcolu é um hospital-dia, ou seja, com internações de curta permanência, funcionando de segunda a sexta, das 7h às 19h. A estrutura conta com quatro consultórios ginecológicos, quatro salas cirúrgicas e um anfiteatro para cursos e treinamentos. A capacidade plena da unidade é de realizar 3 mil conizações/ano. Até então, eram realizadas 500 conizações por ano, na FCecon.
