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Como os ovos de chocolate se tornaram tradição na Páscoa?

O costume de associar ovos à Páscoa remete à Idade Média, quando a Igreja Católica proibia o consumo de carne

Muito antes de se tornarem doces presentes recheados de chocolate, os ovos já ocupavam um papel central nas celebrações de Páscoa. Símbolos antigos de renascimento e fertilidade, eles atravessaram séculos — e tradições religiosas e culturais — até se transformarem na guloseima que hoje marca a data em grande parte do mundo.

O costume de associar ovos à Páscoa remete à Idade Média, quando a Igreja Católica proibia o consumo de carne, laticínios e ovos durante o período da Quaresma. Sem poder comê-los, as famílias armazenavam ovos ao longo do jejum e, ao fim desse período, passavam a consumi-los nas refeições festivas do domingo de Páscoa. Em alguns casos, chefes de cozinha criavam até ovos falsos para burlar as restrições.

Além do consumo, os ovos também passaram a ser oferecidos como presente. Na Sexta-Feira Santa, era comum que fiéis entregassem ovos como forma de dízimo às igrejas locais — prática mantida em algumas regiões da Inglaterra até o século 19, mesmo após a Reforma Protestante ter desencorajado o hábito.

Ovos decorados: uma tradição secular

Embora a origem exata da decoração de ovos não seja conhecida, registros indicam que no século 13, o rei Eduardo I da Inglaterra presenteava seus cortesãos com ovos envoltos em folhas de ouro. Séculos depois, pintar ovos tornou-se um costume difundido em toda a Europa, com tintas naturais feitas a partir de cascas de cebola, beterraba ou pétalas de flores.


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Na tradição cristã, os ovos pintados de vermelho passaram a simbolizar o sangue de Cristo, e há indícios de que essa prática tenha surgido entre comunidades cristãs da Mesopotâmia. No Reino Unido, o Museu Wordsworth, na região de Lake District, ainda guarda ovos coloridos feitos nos anos 1870 para os filhos do poeta William Wordsworth.

Do luxo ao supermercado: a chegada do chocolate

A entrada do chocolate nessa tradição ocorreu bem mais tarde. Introduzido na Inglaterra no século 17, o chocolate era, inicialmente, uma bebida exótica e cara — muitas vezes condimentada com pimenta, como nas tradições maia e asteca. No início, tornou-se símbolo de status entre a aristocracia e passou a ser oferecido como presente.

Foi apenas em 1847 que a empresa britânica Fry’s, hoje pertencente à Cadbury, produziu a primeira barra de chocolate sólido. E, em 1873, a mesma empresa lançou o primeiro ovo de Páscoa de chocolate, unindo duas tradições: a troca de presentes e o consumo de chocolate.

(Foto: Freepik)

Mesmo no início do século 20, os ovos de chocolate eram considerados artigos de luxo. Um caso curioso ocorreu no País de Gales, onde uma mulher guardou um ovo de 1951 por mais de 70 anos. Outro exemplar, datado de 1924, foi adquirido recentemente por um museu no sul da Inglaterra.

Somente nas décadas de 1960 e 1970, os ovos de chocolate se popularizaram com a entrada dos supermercados no mercado pascal. A produção em larga escala e a queda nos preços tornaram o doce acessível ao grande público.

Tradição em constante transformação

Apesar de consolidado como símbolo moderno da Páscoa, o ovo de chocolate também enfrenta incertezas. A elevação dos preços do cacau e os impactos da gripe aviária na produção de ovos naturais já provocam discussões sobre os rumos da tradição.

Ainda assim, se há algo que a história dos ovos de Páscoa revela, é a notável capacidade de adaptação das tradições — que, geração após geração, encontram novas formas de manter viva a essência do renascimento, da partilha e da celebração.

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Muito antes de se tornarem doces presentes recheados de chocolate, os ovos já ocupavam um papel central nas celebrações de Páscoa. Símbolos antigos de renascimento e fertilidade, eles atravessaram séculos — e tradições religiosas e culturais — até se transformarem na guloseima que hoje marca a data em grande parte do mundo.

O costume de associar ovos à Páscoa remete à Idade Média, quando a Igreja Católica proibia o consumo de carne, laticínios e ovos durante o período da Quaresma. Sem poder comê-los, as famílias armazenavam ovos ao longo do jejum e, ao fim desse período, passavam a consumi-los nas refeições festivas do domingo de Páscoa. Em alguns casos, chefes de cozinha criavam até ovos falsos para burlar as restrições.

Além do consumo, os ovos também passaram a ser oferecidos como presente. Na Sexta-Feira Santa, era comum que fiéis entregassem ovos como forma de dízimo às igrejas locais — prática mantida em algumas regiões da Inglaterra até o século 19, mesmo após a Reforma Protestante ter desencorajado o hábito.

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A entrada do chocolate nessa tradição ocorreu bem mais tarde. Introduzido na Inglaterra no século 17, o chocolate era, inicialmente, uma bebida exótica e cara — muitas vezes condimentada com pimenta, como nas tradições maia e asteca. No início, tornou-se símbolo de status entre a aristocracia e passou a ser oferecido como presente.

Foi apenas em 1847 que a empresa britânica Fry’s, hoje pertencente à Cadbury, produziu a primeira barra de chocolate sólido. E, em 1873, a mesma empresa lançou o primeiro ovo de Páscoa de chocolate, unindo duas tradições: a troca de presentes e o consumo de chocolate.

(Foto: Freepik)

Mesmo no início do século 20, os ovos de chocolate eram considerados artigos de luxo. Um caso curioso ocorreu no País de Gales, onde uma mulher guardou um ovo de 1951 por mais de 70 anos. Outro exemplar, datado de 1924, foi adquirido recentemente por um museu no sul da Inglaterra.

Somente nas décadas de 1960 e 1970, os ovos de chocolate se popularizaram com a entrada dos supermercados no mercado pascal. A produção em larga escala e a queda nos preços tornaram o doce acessível ao grande público.

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