Dizem que o dia só começa depois de um bom café, e para milhões de brasileiros isso é quase uma lei não escrita. No Dia Mundial do Café, comemorado em 14 de abril, o país celebra não apenas o aroma e o sabor dessa bebida tão querida, mas também sua importância econômica, social e até mesmo medicinal.
Presente nas manhãs, após o almoço e nos encontros da tarde, o cafezinho transcende o hábito: ele é parte da identidade cultural do Brasil. Seja coado, expresso, em cápsulas ou filtrado, o café está em praticamente todos os lares e estabelecimentos do país. E essa paixão se reflete nos números.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o brasileiro consome, em média, 1.430 xícaras por ano. Em 2024, o consumo interno atingiu 21,9 milhões de sacas de 60 kg, registrando um aumento de 1,11% em relação ao ano anterior. A região Sudeste concentra o maior consumo, com 41,7% do total nacional, sendo São Paulo o estado líder, com impressionantes 25 milhões de xícaras por dia.
Além de consumir, o Brasil também lidera a produção mundial de café. Isso significa milhões de empregos e um papel fundamental na movimentação da economia. Ainda segundo a ABIC, o país é o maior produtor global e o segundo maior consumidor em volume, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, mas assumindo a liderança per capita, com 5,01 kg por habitante ao ano.
Café: sabor e saúde na mesma xícara
Mais do que energia, o café carrega em sua composição diversos benefícios à saúde. A nutricionista Juliana Porto, do Covabra Supermercados, destaca que a bebida é rica em antioxidantes, além de aumentar a disposição, melhorar a digestão e contribuir com a performance física e mental.

Já o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), reforça que os efeitos variam conforme o tipo de café e a forma de preparo. “A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central e pode interferir positivamente ou negativamente, dependendo da quantidade ingerida”, explica.
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A bebida estimula a produção de hormônios como adrenalina e dopamina, melhorando a memória, concentração e até reduzindo riscos de depressão e doenças neurodegenerativas. O consumo moderado também está ligado à redução de doenças cardiovasculares, graças à ação dos antioxidantes.
Moderação é essencial
Apesar dos benefícios, o consumo precisa ser consciente. O Ministério da Saúde recomenda o limite de três xícaras de 100 ml por dia. O excesso pode provocar ansiedade, insônia, fadiga e palpitações. Em casos extremos, uma overdose de cafeína pode causar taquicardia, tontura e até dificuldade respiratória.
A European Food Safety Authority sugere uma ingestão de até 400 mg de cafeína por dia, o que equivale a cerca de quatro xícaras de café coado. E atenção: a cafeína também está presente em refrigerantes, chás, chocolates, suplementos e medicamentos, o que deve ser levado em consideração na soma diária.

Dicas para um consumo saudável
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Prefira o café sem açúcar: reduz riscos de diabetes tipo 2 e melhora a sensibilidade à insulina.
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Horário ideal: até o meio da tarde, evitando consumo próximo às refeições.
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Tipo de café importa: o expresso contém mais cafeína que o coado. Já o descafeinado é indicado para quem é sensível à substância.
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Cuidado com o café amanhecido: após 30 minutos do preparo, há perda de aroma e início da oxidação, que pode gerar desconfortos gastrointestinais.
Contraindicações
Nem todo mundo deve consumir café regularmente. Gestantes, lactantes, crianças, pessoas com distúrbios do sono, ansiedade, refluxo, glaucoma ou problemas cardíacos devem evitar a bebida ou buscar orientação médica.