Marcelo Ramos critica PEC da Blindagem: “convite ao crime organizado”

(Foto: Rede Onda Digital).
A chamada PEC da Blindagem voltou ao centro dos debates em Brasília nos últimos dias, mas também recebeu fortes críticas. Em entrevista exclusiva à Rede Onda Digital, o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT) não poupou palavras contra o projeto e afirmou que, se fosse aprovado, seria “um convite para que o parlamento brasileiro vire uma armadura para o crime organizado”.
Durante a conversa, Ramos reforçou que o Brasil precisa de foco em políticas públicas que tragam benefícios reais à população, em vez de perder tempo com pautas que, segundo ele, não atendem ao interesse coletivo.
“O Brasil precisa aprovar a lei do Imposto de Renda, o Vale Gás, a Tarifa Social de Energia, que já foi aprovada, e não gastar energia do nosso parlamento com propostas como a PEC da Blindagem ou mesmo a anistia dos criminosos do 8 de janeiro”, destacou.
O ex-parlamentar classificou a proposta como um “absurdo” e explicou que, sob o pretexto de proteger imunidades parlamentares, a medida ampliaria brechas para que políticos e até dirigentes partidários sem mandato ficassem blindados da Justiça.
“Na verdade, o parlamento brasileiro protegeu o crime. Você ampliou as possibilidades de autorização do parlamento para processar e julgar parlamentares por todo tipo de crime, inclusive pedofilia, tráfico de drogas e delitos cometidos antes do mandato. Mais grave ainda é que essa blindagem se estenderia a presidentes de partidos que não possuem mandato e que antes nem respondiam ao Supremo Tribunal Federal. Então, essa PEC é um absurdo, é um convite para que o parlamento brasileiro vire uma armadura para o crime organizado no nosso país”, afirmou.
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Pec arquivada
Apesar da polêmica, a PEC não avançou. O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), determinou o arquivamento do projeto na quarta-feira (24/09), sem que fosse necessário levar a proposta ao plenário. A decisão veio após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitar, de forma unânime, a chamada PEC da Blindagem. Com isso, a proposta foi definitivamente descartada e saiu da pauta do Congresso Nacional.
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