Damares e Erika Hilton trocam farpas após PEC da Blindagem ser derrubada no Senado

(Foto: montagem)
A rejeição da chamada PEC da Blindagem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nessa quarta-feira (24/9) gerou uma troca de farpas entre a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). As duas parlamentares usaram as redes sociais para confrontar versões sobre o posicionamento da senadora em relação à proposta, que pretendia restringir a abertura de ações penais contra deputados e senadores.
O impasse começou quando Erika Hilton comemorou no Instagram a decisão da CCJ, destacando que políticos da base bolsonarista, como Sérgio Moro (União) e Ciro Nogueira (PP), estariam recuando no apoio à PEC. A parlamentar citou que Damares teria defendido uma versão alternativa do texto aprovado pela Câmara dos Deputados.
A declaração foi rebatida por Damares em sua conta no X (antigo Twitter). A senadora negou qualquer apoio a emendas da proposta e cobrou que a deputada apresentasse a fonte da informação.
“Seria importante que a parlamentar viesse a público esclarecer de onde ouviu tais ‘relatos’ de que eu apoiei qualquer emenda relacionada a essa PEC. A verdade é a seguinte: a proposta foi aprovada terça-feira à noite, e quarta-feira de manhã eu já estava me posicionando contrária a isso (muito antes de qualquer manifestação nas ruas). Tampouco apoiei qualquer emenda. Inclusive, deixei claro que seria muito melhor o senador Moro apresentar outra proposta na linha defendida por ele. Só queria saber de onde vieram esses ‘relatos’ ouvidos pela deputada”, escreveu Damares.
Seria importante que a parlamentar viesse a público esclarecer de onde ouviu tais “relatos” de que eu apoiei qualquer emenda relacionada a essa PEC. Porque a verdade é a seguinte: a proposta foi aprovada terça-feira à noite, e quarta-feira de manhã eu já estava me posicionando… pic.twitter.com/392txcByZQ
— Damares Alves (@DamaresAlves) September 24, 2025
Erika Hilton, por sua vez, reforçou em sua publicação que os protestos ocorridos no último domingo contra a PEC foram determinantes para a mudança de postura de alguns senadores.
“E a nossa força foi tanta que nem mesmo os bolsonaristas do Senado quiseram colocar suas digitais nessa PEC que só serve para proteger político bandido, corrupto e assassino”, disse a deputada.
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PEC da Blindagem rejeitada pela CCJ
A PEC da Blindagem foi rejeitada por unanimidade pelos membros da CCJ do Senado. O relatório contrário, apresentado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), foi acatado integralmente.
Na prática, a proposta previa que parlamentares só poderiam responder a processos criminais mediante autorização das Casas Legislativas. Além disso, determinava que prisões em flagrante de crimes inafiançáveis contra deputados e senadores fossem submetidas em até 24 horas ao plenário, que decidiria em votação secreta se manteria ou não a detenção.
O texto havia sido aprovado pela Câmara na semana anterior, com 353 votos favoráveis e 134 contrários. A articulação que permitiu o avanço contou com a gestão de Arthur Lira (PP-AL) e o apoio de setores da oposição, em um acordo político que também envolveu a tramitação da anistia a acusados de participação em atos golpistas.
