Na última quinta-feira (31), o governo federal prorrogou o decreto que estabelece a redução de 25% do Imposto sobre Produtos Importados (IPI), considerado nocivo à competitividade do modelo Zona Franca de Manaus. A decisão frustrou membros da bancada amazonense no Congresso, empresários e representantes do poder Executivo local.
De acordo com o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), o presidente Jair Bolsonaro teria desferido um golpe traiçoeiro na bancada amazonense, que concordou, em negociação, apoiar a alteração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em troca de uma reedição do decreto que beneficiaria a ZFM.
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“O governo federal, e essa é uma informação nova, dependia e queria aprovar uma mudança no ICMS dos combustíveis e precisava de votos. Apelou para todas as bancadas. Houve diálogo do Ministério da Economia com a bancada do Amazonas e a bancada do Amazonas deu votos favoráveis, mediante o compromisso de que ele voltaria atrás no decreto e seriam excetuados todos os componentes que fossem fabricados em Manaus”, declarou Serafim.
O parlamentar acrescentou que a manutenção do decreto visava favorecer motociclistas, um dos principais grupos de apoio a Bolsonaro fora do meio político.
“A justificativa foi a de que o presidente gosta de motociata e ele prometeu aos motoqueiros que iria baixar o preço das motocicletas. De que forma? Diminuindo o IPI. O IPI não é só do governo federal. É apenas 50%. Os outros 50% são de estados e municípios. Ele fez caridade com o chapéu alheio”, ironizou o deputado.