Ouça a Rádio 92,3

Assista a TV 8.2

Ouça a Rádio 92,3

Assista a TV 8.2

Brasil não tem plano para lidar com futuras pandemias mesmo após 5 anos da Covid-19

Há cinco anos, em 31 de dezembro de 2019, a cidade de Wuhan, na China, reportava para a Organização Mundial da Saúde (OMS) casos de pneumonia de origem desconhecida que causavam preocupação. Duas semanas depois, seria confirmada a existência de uma nova forma de coronavírus, batizada de Covid-19.

A doença evoluiria para a pior pandemia desde a gripe espanhola, causando 7 milhões de mortes confirmadas globalmente na última meia década. O Brasil chega ao fim desses cinco anos como vice-campeão nas mortes totais acumuladas e sem planos para combater pandemias futuras.

O Ministério da Saúde contabiliza 714 mil mortes por Covid, número absoluto menor apenas que o dos Estados Unidos, cuja taxa é de 1,2 milhão de mortos, segundo dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford. Com uma população de mais de 200 milhões, o Brasil é o 20º país com maior incidência de mortes por milhão de pessoas.

O número de vítimas da doença a cada 1 milhão de habitantes no Brasil é de 3.399. Considerar a proporção é importante porque, quanto maior a população de um país, mais provável que seu número total de mortes seja mais alto. O país com mais mortes por milhão de habitantes é o Peru —que fica em sétimo lugar no total acumulado, com 220 mil vítimas.

“Todas as pandemias terminam da mesma forma, atingindo uma boa imunidade populacional”, explica o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações). A diferença é que se essa imunidade populacional vem associada à vacinação, não ao contágio, o número de mortes é menor. “Você pode atingir esse resultado com milhares de mortes ou milhões de mortes”, afirma.


Leia mais:

Quase 19% dos infectados por Covid-19 têm sintomas persistentes, diz pesquisa

Brasileira que sequenciou Covid-19 quer mais mulheres na ciência


Apesar do que foi aprendido na crise sanitária, a professora Deisy Ventura, da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), diz que o Brasil não possui um plano para fazer diferente em novas pandemias. “Nós sequer temos uma legislação a respeito de resposta a emergências”, afirma.

Isso porque, explica a professora, a lei promulgada em fevereiro de 2020, antes mesmo de o primeiro caso da doença ser registrado no Brasil, tem validade apenas para o coronavírus.

No âmbito internacional, afirma a professora, os países também enfrentam problemas para chegar a um consenso sobre como atuar no futuro. Já foram contabilizados 776 milhões de casos da doença no mundo, segundo a OMS.

O Ministério da Saúde diz que tem compromisso com a preparação, vigilância e resposta a emergências em saúde pública. Afirma que neste ano o departamento que cuida dessa área foi reestruturado para aprimorar sua atuação em formação, inteligência e avaliação de riscos.

A vacinação teve papel fundamental na transição da Covid de uma emergência de saúde pública internacional para a convivência com o vírus. Atualmente, a OMS estima que 87% da população brasileira tenha recebido ao menos uma dose do imunizante contra o coronavírus.

Uma pesquisa do Instituto Ipsos divulgada em novembro de 2024 mostrou que 29% dos brasileiros possuem algum grau de medo em relação à imunização.

*Com informações da Folha de S.Paulo

Deixe seu comentário

Mais lidas

Pesquisa revela que 19% dos brasileiros em idade escolar têm problemas de visão

Oftalmologistas relacionam sinais para reconhecer quando a criança apresenta problemas de visão: são 23 milhões de brasileiros em idade escolar afetados.

O Escândalo cripto de Milei e as lições para o mercado financeiro

A recente polêmica envolvendo o presidente argentino Javier Milei e a criptomoeda $LIBRA escancarou uma realidade preocupante: a falta de transparência e os riscos...

Profissões do futuro no Amazonas: salários e novas oportunidades em tecnologia e marketing

O mercado de trabalho no Amazonas está em transformação. O avanço da tecnologia, o crescimento do marketing digital e a consolidação de polos de...

Tendências de consumo para 2025: o que sua empresa precisa saber

O comportamento do consumidor está mudando rapidamente. O que funcionava há cinco anos talvez já não faça mais sentido hoje – e o futuro...
- Publicidade -
Rádio e TV Onda Digital
Rádio Onda Digital
TV Onda Digital
- Publicidade -
UEA - Universidade Estadual do Amazonas  - Informativo
Leia também

Pesquisa revela que 19% dos brasileiros em idade escolar têm problemas de visão

Oftalmologistas relacionam sinais para reconhecer quando a criança apresenta problemas de visão: são 23 milhões de brasileiros em idade escolar afetados.

O Escândalo cripto de Milei e as lições para o mercado financeiro

A recente polêmica envolvendo o presidente argentino Javier Milei e a criptomoeda $LIBRA escancarou uma realidade preocupante: a falta de transparência e os riscos...

Profissões do futuro no Amazonas: salários e novas oportunidades em tecnologia e marketing

O mercado de trabalho no Amazonas está em transformação. O avanço da tecnologia, o crescimento do marketing digital e a consolidação de polos de...

Tendências de consumo para 2025: o que sua empresa precisa saber

O comportamento do consumidor está mudando rapidamente. O que funcionava há cinco anos talvez já não faça mais sentido hoje – e o futuro...

Fusão entre Azul e Gol: o que muda para os passageiros no Amazonas?

A recente fusão entre as companhias aéreas Azul e Gol tem levantado dúvidas sobre como isso pode impactar os passageiros, especialmente no Amazonas, onde...

Fusão entre Azul e Gol: o que isso significa para os passageiros brasileiros

A Azul Linhas Aéreas e o Grupo Abra, que controla a Gol e a Avianca, deram um passo importante para se fundirem. Esse movimento,...