Expoagro: um mundo de produtos para além de animais e shows musicais

Polo Moveleiro também é um dos destaques da Expoagro. (Gerson Severo Dantas)
A 47ª Exposição Agropecuária do Amazonas (Expoagro), que acontece até domingo (5/10), no Parque de Exposições Eurípedes Ferreira Lins, recebeu nos quatro primeiros dias uma média de 37 mil visitantes, que aproveitaram bem mais que a exposição de animais e os shows de artistas regionais.
Moda sertaneja, produtos premium, bebidas regionais, móveis em madeira de lei, praça de alimentação e exposição de máquinas e equipamentos também conquistam os visitantes que aproveitam para comprar produtos com preços mais “camaradas”.
No estande Ceará do Chapéu, o empresário Antônio Pereira Filho trabalha com moda country e garante que o faturamento na Expoagro supera o da loja itinerante que mantém na avenida Itaúba, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus.
“Estou há 20 anos atuando na Expoagro e sempre com sucesso porque tenho a linha completa de moda country. Tenho bota, botina, calças, camisas, cinto, fivela, bainha para canivete, canivete, chapéu de vaqueiro e o de couro do Dominguinhos”, conta o empresário.
Além da moda, ele também trabalha com artesanato para fazendeiros, como facas especiais de churrasco que fazem um grande sucesso na feira.

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Cafés e cachaças também fazem sucesso:
Uma das atrações alternativas é o galpão de empreendedorismo indígena do setor primário, onde se destaca a produção da Cachaça do Índio, feita de forma artesanal a partir de uma mistura de caldo de cana, mirantã e outras ervas amazônicas.
Sateré-Mawé, natural de Barreirinha, na região do Baixo Amazonas, Yuri Magno é o responsável pela Cachaça do Índio e por outros produtos que utilizam a biodiversidade conhecida pelos povos originários do município de Tapauá, no rio Purus.
“Eu casei com uma índia Apurinã e me mudei para Tapauá, onde desenvolvemos a cachaça, garrafadas a base de produtos da floresta, como andiroba e copaiba, além dos nossos perfumes atrativos”, explica
Sobre os perfumes atrativos, ele conta que o maior sucesso da marca é o “Atração da Bota”, que, quando usado por mulheres, teria o efeito de atrair homens. “É o nosso produto mais vendido”, garante. Quanto à fórmula, Yuri explica que o responsável pela produção, um pajé Apurinã, não revela o segredo a ninguém. Já o perfume “Jibóia Branca”, feito à base de sândalo da floresta, seria capaz de, quando usado por homens, atrair mulheres.


Outro produto que chama bastante atenção fora do circuito de exposição animal e dos shows musicais é o café produzido na Fazenda Progresso, localizada no município de Rio Preto da Eva, na Região Metropolitana de Manaus.
O engenheiro agrônomo responsável pelo estande da fazenda, Rafael Decaris, conta que a família atua no setor primário há mais de trinta anos, inicialmente com o cultivo de frutas cítricas, como laranja, tangerina e limão. Nos últimos anos, porém, diversificou a produção, incluindo café e açaí.
“Temos 40 hectares plantados de café, da espécie Robusta Amazônica, e estamos aos poucos ganhando mercados tanto aqui no Estado quanto vendendo parte da nossa produção para torrefadoras de fora”, conta Rafael.
Ele diz que a Expoagro e traz uma grande oportunidade de negócios, mas, principalmente, abre uma janela para apresentação dos produtos da fazenda. No local ele comercializa tanto o açaí quanto café torrado e moído e também em grãos.

Quem também estava celebrando os negócios fechados até esta quarta-feira (1º) eram os vendedores de máquinas e equipamentos agrícolas. Durante a Expoagro, eles aproveitam a isenção do ICMS concedida pelo Governo do Estado para oferecer aos produtores rurais descontos que podem chegar a 20% no preço.
Não por acaso, todas as grandes marcas marcaram presença na feira, como Iveco, Mercedes-Benz, Massey Ferguson, John Deere, Husqvarna e Stihl. “As vendas estão boas, mas queremos desovar todo o estoque trazido para cá”, disse um vendedor à Rede Onda Digital.

Conforme a Secretaria de Produção Rural, a Expoagro deste ano mobiliza 580 expositores e prevê gerar mais de R$ 230 milhões em negócios diretos.
