Acordar com despertador faz mal? Especialista explica impactos na qualidade do sono

(Foto: reprodução)
Acordar todos os dias ao som estridente do despertador é rotina para milhões de brasileiros. Mas será que essa prática faz bem à saúde? A Rede Onda Digital entrevistou a médica do sono Ana Carla Campelo, que falou sobre os impactos do uso do despertador, os riscos para o organismo e as melhores práticas para garantir noites de descanso de qualidade.
Segundo a especialista, acordar com despertador não é o ideal. Isso pode indicar que a pessoa não está cumprindo adequadamente seu horário de sono.
“Quem dorme o tempo necessário para atender sua necessidade fisiológica, não precisa de despertador para acordar”, explica.
O chamado “susto” provocado pelo alarme também preocupa. O estímulo intenso pode liberar substâncias que ativam o sistema nervoso simpático, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. Em pacientes com hipertensão, arritmia cardíaca ou transtornos de ansiedade, o quadro clínico pode piorar.

A médica destaca que, se a pessoa depende constantemente do despertador, deve se questionar se está dormindo o suficiente. A sonolência excessiva durante o dia pode ser sinal de privação crônica de sono.
Outro ponto importante é a função “soneca”. Para Ana Carla Campelo, o ideal é não utilizar:
“O melhor é levantar logo e, no dia seguinte, tentar ir mais cedo para a cama, respeitando o tempo de sono que o corpo precisa”, pontua.
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Quantas horas devemos dormir?
Segundo Ana Carla, a quantidade ideal varia conforme a idade. Adultos precisam de 7 a 8 horas de sono por noite, enquanto adolescentes necessitam de 9 a 10 horas.
Além disso, manter horários regulares para dormir e acordar melhora consideravelmente a qualidade do sono.

O papel do relógio biológico
O chamado relógio biológico é um temporizador natural localizado no sistema nervoso central. Ele determina o ciclo circadiano de cada pessoa.
“Cada pessoa tem seu horário de sono regular, controlado por genes do relogio biólogico. Cada ser humano é singular e já nasce programado para dormir e obedecer um tempo de sono adequado para ele”, afirma Ana Carla.
Hábitos que favorecem o sono de qualidade
A Pesquisa Global do Sono 2025, realizada pela Resmed Brasil, afirma que sono muitas vezes é deixado de lado no mundo acelerado de hoje. Os 5 principais fatores que contribuem para uma noite de sono ruim para os entrevistados são: estresse, ansiedade, pressões financeiras, condições de saúde mental e ´problemas familiares e de relacionamento.
Entre as práticas recomendadas pela especialista para melhorar a qualidade do sono estão:
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Dormir em horários regulares todas as noites;
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Evitar uso de eletrônicos duas horas antes de dormir;
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Manter o quarto escuro ou usar luz âmbar;
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Praticar exercícios físicos regularmente;
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Evitar café após às 15h.
Esses hábitos fazem parte da chamada higiene do sono, um conjunto de orientações que ajudam a corrigir práticas inadequadas que comprometem o descanso.
