
Bolsonaro é liberado de hospital e exames apontam quadro de gastrite e esofagite
Ele chegou ao local por volta das 9h e foi liberado às 13h58

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta na tarde deste sábado (16/8), após passar por quase cinco horas de exames no Hospital DF Star, em Brasília.
De acordo com o boletim médico, os exames apontaram a persistência de esofagite e gastrite, além de uma “imagem residual” relacionada a infecções pulmonares recentes.
“Os exames evidenciaram imagem residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente relacionadas a episódios de broncoaspiração. A endoscopia mostrou persistência da esofagite e da gastrite, agora menos intensa, porém com a necessidade de tratamento medicamentoso contínuo”, destacou o documento.
Além disso, Bolsonaro seguirá sob acompanhamento para hipertensão arterial e refluxo gástrico.
Crises e piora clínica
Segundo aliados e familiares, o ex-presidente vinha apresentando nos últimos dias crises de soluços e episódios de dispneia (falta de ar), sintomas atribuídos a complicações da esofagite após um procedimento no abdômen realizado em abril.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a condição do pai se agravou recentemente.
“Estive com ele na quarta, quando estava com soluço e dificuldades na fala. A frequência dessas crises, que aumentou depois da prisão domiciliar, fez com que os médicos pedissem uma nova bateria de exames clínicos”, disse.
Um dos médicos que acompanha Bolsonaro relatou que ele chegou a ter dificuldades para completar frases em função da falta de ar.
Prisão domiciliar e restrições
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que justificou a medida pelo “reiterado descumprimento de medidas cautelares”. Entre as restrições impostas, está a proibição de uso de redes sociais, tanto de forma direta quanto por intermédio de terceiros.
Nos últimos dias, aliados relataram que o ex-presidente apresentou oscilações de humor e chegou a chorar ao comentar a impossibilidade de falar com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho “03”, que vive nos Estados Unidos desde fevereiro e também é alvo de investigações da Polícia Federal.
Visitas e articulações
Apesar do quadro de saúde delicado, Bolsonaro tem recebido visitas de políticos e aliados próximos. Entre eles, os deputados Junio Amaral (PL-MG), Luciano Zucco (PL-RS) e Marcelo Moraes (PL-RS), além do empresário Renato Araújo e da vice-governadora do DF, Celina Leão.
O ex-presidente também deve se reunir na próxima semana com dirigentes do PL. Moraes autorizou as visitas do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, do vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), e do secretário-geral do partido, senador Rogério Marinho (PL-RN).
Diante da impossibilidade de Eduardo manter contato direto com o pai, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem atuado como principal interlocutora entre Bolsonaro e as lideranças do PL, reforçando sua presença diária na sede do partido.
Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo