O caso Vitória ganhou mais um capítulo. Durante as buscas pela adolescente de 17 anos, a polícia encontrou, no dia 1º/3, o corpo de Edna Oliveira Silva, de 65 anos, em uma cachoeira entre as cidades de Cajamar e Jundiaí, no interior de São Paulo. Segundo a perícia, a mulher foi encontrada após 72 horas da morte, mesmo dia em que Vitória desapareceu.
O secretário da Segurança Pública de Cajamar, Leandro Arantes, disse que Edna era cuidadora da mãe do padrasto de Maicol Antônio Sales, vizinho de Vitória, que foi preso no último sábado (8/3). A morte de Edna está sendo investigada na Delegacia Seccional de Jundiaí, para avaliar a relação com a morte de Vitória.
Segundo o representante do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, a polícia encontrou manchas de sangue no porta-malas do carro de Maicol, nessa segunda-feira (10/3). O material genético colhido na perícia será submetido a exames técnicos para comprovar que se trata de material genético da menina ou da idosa.
“O Corola de Maicol tinha sangue no porta-malas. Tudo leva a crer que possa ser da vítima. Foi encaminhado para um laboratório de DNA. É um processo demorado. É necessário fazer um refinamento. O sangue acaba se misturando com algumas propriedades que estão no local. Entre 30 e 40 dias o laudo estará pronto”, disse ele.

As contradições de Maicol
Segundo Luiz, há provas de que Maicol estava próximo ao local onde Vitória Regina foi raptada e houve inconsistências no depoimento dele. Em depoimento, ele disse que dormiu com a esposa, porém a mulher disse que ela dormiu na casa da mãe.
“Contra o Maicol há provas testemunhais que não deixam dúvida de que ele estava próximo. Além disso, ficou comprovada a mentira dele. Vizinhos à residência dele também comentaram que houve uma movimentação anormal naquela noite, com gritos. Vários vizinhos deram esse depoimento”, reforçou ele.
Leia mais:
Caso Vitória: Polícia acha sangue no porta-malas de carro de suspeito preso
Caso Vitória: suspeito de envolvimento em assassinato tem prisão mantida após audiência de custódia
Entenda o Caso Vitória
O corpo da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi encontrado na quarta-feira (5) em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo. A jovem estava desaparecida há uma semana, após sair do shopping onde trabalhava para voltar para casa. Veja o momento em que ela sai do trabalho:
O corpo já apresentava decomposição e também sinais de tortura. Ela foi degolada e estava com a cabeça raspada, e foi identificada por familiares pelas tatuagens.
Momentos antes de desaparecer, Vitória enviou áudios para uma amiga relatando que estava sendo seguida e assediada por ocupantes de um carro. Nas mensagens, a jovem demonstrava nervosismo e medo:
“Passou os cara no carro e eles falaram: ‘E aí, vida? Tá voltando?’. Ai, meu Deus do céu, vou chorar. Vou mexendo no celular. Não vou nem ligar pra eles”.
A adolescente foi vista pela última vez no bairro Ponunduva, onde mora a família. Ela vestia uma camiseta cinza, calça legging preta, tênis branco e carregava uma sacola pink.

Ela teria tentado falar com o ex antes de desaparecer. Segundo o delegado Galiano, ela queria que ele fosse buscá-la no ponto de ônibus no bairro onde morava, mas ele não atendeu o telefone. “Ela pediu socorro, o que indica que estava com medo”.
Normalmente, Vitória fazia o trajeto com o pai, mas naquele dia o carro da família estava em uma oficina mecânica e ela teria que fazer o percurso a pé. “Foram terríveis coincidências ou não”.
O ex alega que estava em um encontro, por isso não ouviu as mensagens de Vitória. A menor de idade que saiu com ele também foi ouvida.
*Com informações de UOL.