Autora se manifesta sobre reação de pai a desenho de orixá feito por aluna de 4 anos

(Foto: Reprodução/internet)
A autora do livro Ciranda em Aruanda, Liu Olivina, se manifestou após a reação de um pai à participação da filha de 4 anos em uma atividade escolar sobre orixás em uma Emei de São Paulo. O homem acionou a Polícia Militar após ver que a criança havia desenhado a orixá Iansã durante a aula.
Segundo reportagem do Metrópoles, quatro policiais armados entraram na Emei Antônio Bento, no Caxingui, zona oeste da capital paulista, no dia 12 de novembro. Um dia antes, o pai teria rasgado um mural com desenhos das crianças.
A autora lamentou o episódio e afirmou ter ficado triste “pelas artes destruídas e pelos educadores da escola”. Também disse que se preocupou com o impacto sobre a criança, afirmando que a menina “fez uma arte e isso fez o pai dela chamar a polícia”. Liu ainda comentou que “ela usou cores muito bonitas”.
Nas redes sociais, Liu também escreveu que o episódio “abalou muito”. A autora afirmou:
“Minha gente, o que aconteceu abalou muito por aqui. Não estou dando conta de acompanhar todas as mensagens. Agradeço o apoio d’ocês tudo. Um dia antes do ocorrido na escola eu estava em outra escola e foi tão lindo, o Ciranda em Aruanda estava lá do ladinho e muito bem recebido. Infelizmente não é sempre assim, e mais infelizmente ainda é a violência que esse caso foi tratado. Um pai rasgando artes das crianças, a polícia entrando armada numa escola. Sabe? Isso tudo é horrível.”
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O pai já havia demonstrado irritação no dia anterior à entrada da PM, quando teve contato com o trabalho proposto pela escola, que integra o currículo antirracista da rede municipal. Segundo pais de alunos, ele rasgou o mural onde estavam os desenhos feitos pelos estudantes.

A escola orientou o responsável a participar de uma reunião do Conselho da Escola no dia seguinte. Ele não compareceu, mas acionou a Polícia Militar.
Posicionamentos oficiais
A Secretaria da Segurança Pública informou que os policiais conversaram com o pai e com a direção da unidade e que o armamento portado pelos agentes faz parte do Equipamento de Proteção Individual, utilizado durante todo o turno de trabalho.
A Secretaria Municipal de Educação afirmou que o responsável foi orientado sobre o caráter pedagógico da atividade, que integra uma produção coletiva da turma. A pasta reforçou que o conteúdo segue as leis federais que determinam o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas públicas.






