
Adultização infantil: o que você precisa saber sobre assunto após vídeo de Felca

O tema da adultização infantil voltou a ganhar destaque nas últimas semanas após a viralização de um vídeo do youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca. Com quase 30 milhões de visualizações, o conteúdo denunciou como crianças e adolescentes estão sendo incentivados, principalmente nas redes sociais, a adotar comportamentos, responsabilidades e aparências típicas de adultos antes da hora.
A repercussão foi tão grande que o debate ultrapassou o ambiente digital, chegando ao Congresso Nacional, onde já são discutidas propostas de lei para combater a exposição precoce e a exploração infantil online.
O alerta do vídeo
No vídeo, Felca mostra exemplos recentes de exploração infantil, incluindo:
-
Situações constrangedoras;
-
Sexualização precoce;
-
Monetização de conteúdos impróprios.
A denúncia expôs como a internet, que deveria ser um espaço seguro para aprendizado e lazer, pode estar acelerando o crescimento das crianças de forma artificial, prejudicando o desenvolvimento emocional e social.
O que é adultização infantil?
O fenômeno acontece quando crianças e adolescentes assumem posturas, responsabilidades ou padrões de comportamento adultos antes da maturidade necessária. Isso pode ocorrer tanto presencialmente quanto no meio digital, impulsionado por:
-
Exposição precoce a conteúdos inadequados;
-
Pressão social ou familiar;
-
Influência de influenciadores mirins;
-
Algoritmos que reforçam conteúdos sexualizados;
-
Falta de supervisão parental.
Principais riscos
Especialistas alertam que a adultização infantil pode gerar:
-
Ansiedade, depressão e baixa autoestima;
-
Distorção da autoimagem e insegurança;
-
Maior vulnerabilidade a abusos e exploração;
-
Prejuízos no aprendizado e na convivência social com crianças da mesma faixa etária.
Leia mais
- Após vídeo viral sobre “adultização”, Felca vira réu por publicação intitulada “O chá de revelação de pobre”
- Felca ganha mais de 10 milhões de seguidores após vídeo viral sobre “adultização”
A psicóloga Ana Beatriz Chamat, citada no vídeo, ressalta que a exposição precoce pode comprometer a formação da personalidade, resultando em adultos inseguros, com dificuldades de relacionamento e marcas emocionais duradouras.
Impacto das redes sociais
Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube foram projetadas para manter a atenção do usuário e, por isso, os algoritmos tendem a reforçar comportamentos que geram mais engajamento. No caso de crianças, isso significa o risco de receber recomendações constantes de conteúdos adultos, alimentando um ciclo perigoso de exposição e influência.
Como proteger as crianças
Para especialistas, a melhor forma de combater a adultização infantil é garantir presença ativa e diálogo constante. Entre as principais medidas, estão:
-
Monitorar e controlar o conteúdo online — uso de filtros, controle parental e privacidade;
-
Incentivar atividades adequadas para a idade — brincadeiras, esportes, hobbies offline;
-
Manter comunicação aberta — orientar sobre riscos e assédio;
-
Denunciar conteúdos impróprios — acionar autoridades e plataformas.
Preservar a infância, segundo os especialistas, não significa afastar completamente as crianças do mundo digital, mas sim orientar, limitar e acompanhar a forma como elas interagem nesse ambiente.
“Os pais e responsáveis são a primeira linha de defesa. Sem supervisão e diálogo, as crianças ficam vulneráveis a um processo de amadurecimento forçado que pode deixar cicatrizes para toda a vida”, reforça a psicóloga Ana Beatriz Chamat.