Durante o programa Meio Dia com Jefferson Coronel, na Rede Onda Digital, o delegado-geral de Polícia do Amazonas, Bruno Fraga, falou sobre o trabalho da polícia no combate ao crime organizado. A entrevista aconteceu nesta terça-feira (18/2).
Quando questionado sobre possíveis áreas onde a polícia teria dificuldades de atuar, Fraga afirmou que o crime organizado não impede o trabalho das autoridades em Manaus.
“Não é que não tenhamos identificado. Aqui, a gente entra em qualquer lugar. Não existe criminoso capaz de nos fazer parar nosso trabalho. Isso não existe”, declarou a autoridade policial.
Foguetórios em homenagem às facções criminosas
Na mesma conversa, o delegado comentou sobre as dificuldades no combate às facções criminosas, citando a queima de fogos ocorrida recentemente em comemoração ao aniversário do Comando Vermelho (CV) em Manaus. Segundo Bruno Fraga, mais de 50 pessoas foram detidas no Amazonas por soltar fogos em celebração à facção.
“Essa prática do foguetório se repete, mas nossa lei é muito branda. Não existe um crime específico para soltar foguetes, mas existe o crime de associação criminosa”, explicou o delegado.
Leia mais
URGENTE: PGR denuncia ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe
Ele destacou a importância de identificar corretamente o crime inicial para que os detidos não sejam liberados rapidamente em audiências de custódia.
Leis mais severas para “fogueteiros”
“Aqui no nosso estado, tivemos mais de 50 pessoas apreendidas, tanto na capital quanto no interior. 99% dessas pessoas são o que chamamos vulgarmente de ‘noiados’”, disse, referindo-se a usuários de drogas que fazem parte do grupo, mas não da organização criminosa propriamente dita.
Fraga defendeu leis mais rígidas para punir ações que enaltecem facções criminosas:
“Nossa legislação é permissiva. Se tivéssemos uma lei determinando que soltar fogos em datas comemorativas de facções criminosas resultaria em penas de cinco a dez anos de prisão, isso ajudaria a coibir essa prática”, afirmou.