A travessia de veículos no trecho do rio Autaz Mirim, na BR-319, foi suspensa na manhã desta terça-feira (3/6) após o rompimento do cabo de uma balsa que operava entre os quilômetros 14 e 15 da rodovia, no interior do Amazonas. O incidente ocorreu pouco depois que dois caminhões desrespeitaram a interdição para veículos pesados, agravando a situação.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a passagem de caminhões estava proibida por segurança, mas os motoristas ignoraram o bloqueio e forçaram a travessia. A ruptura do cabo interrompeu completamente a circulação na região, que já enfrentava instabilidade devido à estrutura provisória instalada após o desabamento de uma ponte em 2023.
A balsa atingida fazia a ligação entre a margem da rodovia e um aterro emergencial que substituía a ponte.
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Amazonas, Orlando Fanaia, esteve no local e afirmou que técnicos trabalham para reestabelecer a travessia, mas o cronograma dependerá da análise das condições do rio e da logística de realocação da balsa.
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“Entendemos que é possível reposicionar a balsa, mas ainda não há prazo para normalização. Vamos avaliar se será necessário elevar o acesso ou retomar a navegação plena das balsas”, explicou Fanaia.
A situação afeta diretamente o escoamento de cargas. Filas de caminhões se formaram ao longo da rodovia, com veículos transportando alimentos, eletrodomésticos e insumos destinados à Zona Franca de Manaus.
O problema se soma a outro registrado no último domingo (1º/6), quando a travessia sobre o rio Curuça, no km 12 da BR-319, foi suspensa devido ao cedimento de um aterro. A passagem foi parcialmente retomada na noite de segunda-feira (2/6), mas apenas para veículos leves.
A BR-319 é a única ligação terrestre entre os estados do Amazonas e Roraima com o restante do país, e segue vulnerável a alagamentos e deslizamentos durante o período de cheia dos rios. No quilômetro 23, outro ponto crítico, a ponte desabou em 2022 e a estrutura provisória também foi arrastada pela correnteza, tornando o tráfego ainda mais precário.