Durante a votação de pedidos de urgência em Projetos de Lei, de autoria do Executivo Municipal, solicitando à Câmara Municipal de Manaus (CMM) a autorização para empréstimos bilionários voltados em investimentos, ações e obras da Prefeitura de Manaus, mesmo aprovado por maioria dos vereadores, abriu-se uma discussão sobre a inexistência de um alinhamento de siglas com os próprios representantes, neste caso, os vereadores do União Brasil (UB).
A segunda maior bancada da CMM, o partido União Brasil não vem fazendo boas escolhas. Diego Afonso, vice-presidente municipal da sigla na capital amazonense, durante manifestação do seu voto contrário não recebeu o “feedback” que precisava dos colegas. Os outros cinco membros da bancada, votaram a favor do empréstimo, sendo eles: Marco Castilhos, Everton Assis, Aldenor Lima, Saimon Bessa e Professora Jacqueline.
Em entrevista à imprensa, ainda na terça-feira (25/3), Diego Afonso disse que apesar de ter recomendado o voto em conjunto contra o pedido de empréstimo, os demais vereadores têm o livre arbítrio para suas escolhas diante dos posicionamentos que são solicitados.
“O encaminhamento de votação é dado pela liderança, o vereador tem aí o livre arbítrio de seguir ou não, e qualquer procedimento que será tomado, ou assim pela frente, vai das diversas orientações da liderança dá numa votação, e aquele vereador segue ou não segue, mas quem dá é a presidência municipal, eu só estou aqui cumprindo essa missão de liderar a segunda maior bancada”, pontuou o parlamentar.
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União Brasil busca aliados na CMM
Nesse ponto, Afonso também reafirmou a possível federação do União Brasil com o Progressistas, algo muito comentado entre o cenário político, se caso isso acontecer, a bancada chegara à oito membros, com a aliança de Rodrigo Sá e Rodrigo Guedes, únicos vereadores do partido na casa, ou seja, Diego Afonso poderá contar com “dois braços” que seguirão a mesma linha de foco que a dele, diferente dos próprios membros do partido.
Porém, mesmo o líder do partido na CMM dizer que “tudo está bem” não é normal todos os membros de uma sigla seguirem contrários à uma orientação dele. Diego Afonso se torna um líder isolado. Afinal de contas, todos seguiram a base aliada ao prefeito de Manaus, a ação demonstra a falta de alinhamento com os princípios do próprio partido, que faz alusão à oposição.
O comportamento dos cinco membros que votaram a favor do empréstimo surge como um ponto fora da curva, fugindo totalmente das ideologias politicas do presidente do partido o Governador do Amazonas Wilson Lima e da liderança do partido municipal, Roberto Cidade, presidente da Assembleia Legislativa do Estado, ambos publicamente críticos à gestão municipal.
Posionamentos dos vereadores do UB
A reportagem da Onda Digital procurou os vereadores Marco Castilhos, Everton Assis, Aldenor Lima, Saimon Bessa e Professora Jacqueline, por terem sido contrários ao foco principal do partido e votarem a favor do empréstimo.
Por meio de assessoria, Jacqueline não teria disposição para falar por estar em uma pauta na Zona Rural da Cidade de Manaus; Saimon Bessa, representado também pela assessoria, afirmou que somente se manifestará em um momento oportuno; A equipe de comunicação de Aldenor Lima, por sua vez, deixou em aberto um pronunciamento, alegando, sem detalhar o que se trata, que o parlamentar “está em um resgate”.
Os demais, Marco Castilhos e Everton Assis, não responderam as tratativas. O espaço segue aberto para todos os parlamentares se manifestarem sobre o que motivou na escolha da votação.
A votação dos empréstimos revelou o que todo mundo já sabe, mas pouca gente admite: em Manaus, cada vereador pensa no seu próprio projeto político e os partidos não mandam no voto, comprovando mais uma vez que partidos são apenas legenda na urna.