Candidato à Prefeitura de São Paulo, o influencer e ex-coach Pablo Marçal (PRTB), esqueceu a apresentação de propostas e focou em ataques pessoais aos adversários no debate da TV Gazeta e MyNews, neste domingo (1°/09). Ele voltou a insinuar que o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) é usuário de drogas, direcionou ofensas ao prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição, e protagonizou um momento de tensão com o apresentador José Luiz Datena (PSDB).
Marçal também foi acusado pela deputada federal Tabata Amaral (PSB) e outros rivais de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Na primeira fala do debate, Pablo Marçal acusou Guilherme Boulos de ser usuário de drogas e comparou o adversário com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que quando era candidato a prefeito em 1985 disse que havia experimentado maconha.
Marçal também lembrou o parecer de Boulos para arquivar a denúncia de “rachadinha” contra o deputado André Janones (Avante) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
“Fala um pouco sobre quem está financiando sua campanha, quem fez o maior rombo da história deste país, o maior ladrão da história da humanidade”, disse Marçal.
“A respeito da acusação mentirosa sobre o uso de drogas, a farsa já foi demonstrada”, respondeu Boulos. O candidato do Psol a todo momento fez referência a vídeos publicados nas redes sociais para aprofundar os pontos que mencionou no debate.
“Marçal você é um bandido condenado. As pessoas estão descobrindo isso e vão descobrir até o dia 6 de outubro”, respondeu Boulos.
Ainda no primeiro bloco, Marçal questionou o candidato do Psol sobre o hino nacional cantando em linguagem neutra durante comício. Ele ironizou chamando Guilherme Boulos de ‘Boules’.
Boulos seguiu afirmando que Marçal foi preso por dar golpes “em senhoras de idade” e atacou ainda Nunes, afirmando que a cidade de São Paulo não pode ficar refém do banditismo, ao citar o caso de empresas de transporte e o crime organizado, na capital paulista.
Logo após, Marçal direcionou a fala a Nunes, chamando-o de “grande covarde” e “bananinha”. Nunes rebateu, falando que o autointitulado ex-coach é “tchutchuca do PCC”.
Momento de tensão
E após um bate-boca no final do terceiro bloco, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) deixou o púlpito onde estava e se aproximou de Pablo Marçal (PRTB) para encará-lo. Ambos tiveram um duro enfrentamento momentos antes, quando o apresentador disse que o influenciador ligou para ele um dia antes do debate da Band para combinar o jogo.
Segundo Datena, Marçal teria pedido para ele focar ataques em Nunes, enquanto o ex-coach atacaria Boulos.
“Se eu soubesse o vagabundo, ladrão, sem vergonha, estelionatário de internet que você é, não teria atendido nenhuma ligação sua”, disse Datena.
“Está desequilibrado. Quer ser prefeito ou ditador?”, disse Marçal ao ver o adversário se aproximar.
A apresentadora do debate cancelou direitos de resposta que haviam sido concedidos anteriormente e foi obrigada a encerrar o bloco diante do episódio.
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Tabata acusa Marçal de ligação com PCC
A deputada federal Tabata Amaral (PSB) criticou os adversários Guilherme Boulos e Ricardo Nunes por somente passar a criticar Pablo Marçal após o influencer crescer nas pesquisas de intenções de voto.
“Não estavam querendo ressaltar um grande risco que a gente tem nessa eleição, que é de um criminoso, que tem inúmeras ligações com o crime organizado, querer ser prefeito da maior cidade do país”, afirmou a candidata do PSB.
Tabata foi a primeira a usar vídeos nas redes sociais associando Marçal à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Neste domingo, ela disse que entraria com uma representação na Justiça contra o empresário por violação das regras eleitorais.
*Com informações da Folha de S.Paulo, Estadão e UOL