O senador Plínio Valério (PSDB-AM) acredita que o possível banimento do X (antigo Twitter) do Brasil, com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a rede social, no último dia 30, e o consequente bloqueio das contas bancárias da empresa Starlink, ambos negócios do bilionário Elon Musk, devem “prejudicar diretamente a população da Amazônia”. Essa análise foi publicada pelo parlamentar nas redes sociais, na terça-feira (03/09), acompanhada de um vídeo em tom crítico.
No Brasil, a Starlink foi atingida pelas decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por fazer parte do mesmo grupo empresarial que controla a rede social X. Como a plataforma não tem representação comercial no Brasil, Moraes bloqueou também as contas da Starlink para garantir o pagamento de multas impostas pelo descumprimento de decisões anteriores.
Conforme Plínio, os efeitos das determinações da Corte sobre a empresa norte-americana de internet via satélite comprometem o avanço da conexão em regiões de difícil acesso na região da Amazônia. Nesta terça-feira (03/09), a Starlink inclusive recuou e decidiu cumprir a ordem do STF para bloquear a rede X no Brasil.
“O trabalho que a gente tem feito [como senador] levando a Starlink [antenas] nas aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas e que tem repercussão enorme […] E agora Alexandre de Moraes resolveu brigar com o Elon Musk e ameaçando retirar a Starlink do Brasil. Sabe quem perde mais com isso? A Amazônia, que vai ficar isolada”, disse Plínio Valério.
E segundo um levantamento exclusivo da BBC News Brasil, atualmente, a Starlink é a líder isolada entre os provedores de banda larga fixa por satélite na Amazônia Legal. Até julho deste ano, as antenas da empresa foram instaladas em 90% dos municípios da região.
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Relembrando o caso
O bloqueio da rede social X por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, ocorreu após a plataforma descumprir uma ordem judicial da Corte que exigia a nomeação de um representante legal no Brasil da plataforma. Para Moraes, a rede social, comandada por Elon Musk, buscava uma “terra sem lei” na internet e que poderia interferir nas eleições de 2024 no país.
Como parte da decisão de suspender o X, o Supremo também determinou uma multa diária de R$ 50 mil para qualquer pessoa ou empresa que use subterfúgios tecnológicos para acessar a plataforma depois da proibição.