Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta sexta (16/8), o presidente Lula afirmou que o regime de Nicolás Maduro na Venezuela é um regime de “viés autoritário”, mas não é uma ditadura. Lula voltou a comentar a situação da Venezuela um dia após dizer que não reconhece ainda a reeleição de Maduro.
O presidente brasileiro disse:
“Eu acho que a Venezuela vive um regime muito desagradável. Não acho que é ditadura, é diferente de ditadura, é um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como conhecemos em vários países do mundo”.
Veja abaixo:
Lula também voltou a pregar cautela ao examinar a questão da Venezuela:
“Eu acho que houve uma precipitação na punição e no julgamento das coisas [sobre a eleição]. Eu disse na França ao [presidente Emmanuel] Macron, ao [chanceler] Olaf Scholz, na Alemanha: ‘vocês não poderiam, de pronto, condenar o cara, vamos abrir o diálogo'”.
Ele contou também que o chanceler Celso Amorim quase foi impedido de ir à Venezuela para acompanhar o pleito. Ele disse:
“Eu fui informado que eles [governo Maduro] tinham pedido para o Celso Amorim não ir para a Venezuela. Eu mandei comunicar a eles que se o Celso Amorim não pudesse ir, eu comunicava a imprensa que a Venezuela estava impedindo o Celso Amorim. Ai deixaram o Celso Amorim ir”.
Lula também voltou a afirmar que só reconhece a vitória de Maduro se divulgarem as atas eleitorais:
“Só posso reconhecer se foi democrática se eles botarem a prova de que houve uma eleição”.
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Na madrugada de 29 de julho de 2024, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) anunciou oralmente que Maduro havia vencido a eleição com 5.150.092 votos (51,2%). Em 2 de agosto, o CNE confirmou o presidente Maduro como o vencedor com 6.408.844 votos (51,95%), seguido por Edmundo González, com 5.326.104 votos (43,18%), com base no que disse ser 96,97% dos resultados das pesquisas.
A oposição, no entanto, apresentou outros números, que apontam a vitória de González com 67% dos votos. As atas eleitorais, documentos com os números da eleição, foram apresentadas à Suprema Corte do país, mas ainda não foram mostradas publicamente.
Desde a proclamação de Maduro, protestos eclodiram por todo o país. Cerca de mil pessoas foram presas desde o início das manifestações, e 20 morreram.
*Com informações do UOL.