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Vereadora de Natal enfrenta processo de cassação por planejar festa “Bolsonaro na cadeia”

Vereadora de Natal enfrenta processo de cassação por planejar festa “Bolsonaro na cadeia”

Vereadora Brisa Brachi do PT enfrenta cassação em câmara majoritariamente bolsonarista, e nega irregularidades.

A Câmara Municipal de Natal aprovou na sessão de terça-feira (19/08) a abertura de processo de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT), atendendo a um pedido feito pelo vereador Matheus Faustino (União). Ele acusa a colega de usar recursos públicos para organizar um evento para comemorar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O pedido foi aprovado por 23 votos a 3.

Segundo o pedido de Faustino, a vereadora destinou emendas impositivas para pagar o cachê de artistas que se apresentaram no “Rolê Vermelho – Bolsonaro na cadeia”, realizado no último dia 9 no espaço cultural Casa Vermelha. Para o evento aberto ao público, a vereadora destinou R$ 18 mil a três artistas (duas bandas e um DJ).

Ainda de acordo com Faustino, o evento teve “caráter político-partidário” e teria sido uma “promoção pessoal” da vereadora. A festa foi realizada cinco dias depois da prisão domiciliar de Bolsonaro ser decretada, em 4 de agosto. E os participantes receberam uma pulseira com a frase “Bolsonaro na cadeia”.


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Após a repercussão da denúncia do vereador, os três artistas contratados anunciaram que vão abrir mão dos cachês — que ainda não haviam sido pagos.

Porém, várias instituições, artistas e políticos locais manifestaram apoio a Brisa. Eles são contrários à cassação por entenderem que o processo é uma medida intimidatória e de perseguição, já que o apoio a Bolsonaro é dominante na Câmara. A comissão especial da Casa terá agora 120 dias para concluir seus trabalhos e indicar, ao fim, se houve ou não quebra de decoro ou desvio da finalidade nas emendas.

À imprensa, a vereadora afirmou que sempre apoia eventos de cultura em Natal, e reforçou que a festa já estava marcada, mas que a prisão “acabou também fazendo parte, porque o decreto ocorreu na mesma semana”. Ela também negou que o evento tivesse finalidade partidária.

“Mas foi um evento sem qualquer relação com partido, sem propaganda alguma: não teve bandeira, nada disso. Eu fui lá, mas não fiz fala, não subi ao palco”.

Segundo o documento que oficializou o pedido das emendas, elas se destinavam a “apoio às festas tradicionais e festejos populares do município”. Os termos de inexigibilidade de licitação foram publicados no Diário Oficial do Município pela Funcarte (Fundação Cultural Capitania das Artes) —órgão equivalente à Secretaria municipal de Cultura— no dia 8.

Brisa também disse que não foi oficiada por nenhum órgão de controle, como Ministério Público ou Tribunal de Contas, questionando o critério da aplicação das emendas.

A câmara municipal de Natal é majoritariamente bolsonarista, tendo inclusive aprovado em maio a concessão de título de cidadão natalense a Bolsonaro, com 20 votos a favor e apenas 4 contrários.

*Com informações de UOL