O vice-governador do Amazonas, Tadeu de Souza (Avante), defendeu que a exploração de petróleo na Margem Equatorial seja realizada de forma racional, com os royalties destinados à transição energética no Brasil e a projetos ambientais na Amazônia. O posicionamento foi publicado nesta sexta-feira (11/4) em artigo assinado por ele no site Poder 360.
A Margem Equatorial se estende do Amapá ao Nordeste brasileiro e é alvo de investimentos da Petrobras, que prevê a perfuração de 15 poços na região. A estatal espera obter a licença pré-operacional ainda neste mês. Para Tadeu, a extração representa uma oportunidade econômica para o Norte do país e pode beneficiar a Zona Franca de Manaus (ZFM).
“A possibilidade de extração de petróleo na Margem Equatorial representa uma janela de oportunidade inédita para impulsionar o desenvolvimento de uma região historicamente marcada por isolamento e infraestrutura precária. Mais do que uma questão econômica, a exploração da Margem Equatorial é uma questão de soberania nacional”, escreveu o vice-governador.
Investimentos na economia
A exploração da Margem Equatorial pode atrair US$ 56 bilhões em investimentos e gerar mais de 300 mil empregos, segundo o Ministério de Minas e Energia. Tadeu de Souza argumenta que o Polo Industrial de Manaus (PIM) pode se tornar um fornecedor estratégico para as demandas logísticas e produtivas da exploração petrolífera.
“O governo federal não pode mais adiar essa decisão. Perder essa chance significaria condenar uma das regiões mais promissoras do país ao atraso”, afirmou.
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Guiana Francesa e Suriname já exploram suas reservas marítimas de petróleo e anunciaram programas para distribuir parte da receita diretamente à população. No Brasil, a Petrobras prevê investir US$ 3,1 bilhões na exploração da Margem Equatorial.
Sustentabilidade e destino dos royalties
Tadeu defende que os royalties da extração sejam usados para financiar a pesquisa em energias renováveis e formar mão de obra especializada na Amazônia. Ele cita como exemplo as operações da Petrobras em Urucu, na cidade de Coari, onde a empresa atua há mais de 20 anos sem incidentes ambientais.
“Proponho que parte dos recursos da Margem Equatorial seja direcionada para pesquisa e desenvolvimento de energias renováveis, em parceria com universidades da Amazônia. Isso garantirá que o Brasil avance na transição energética de forma sustentável”, concluiu.