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Tadeu de Souza: “SUS precisa ter a cara da Amazônia”

O vice-governador afirma que o Ministério da Saúde precisa valorizar os profissionais de saúde no interior
Tadeu de Souza: “SUS precisa ter a cara da Amazônia”

Foto: Ricardo Machado / Secretaria-Geral da Vice-Governadoria

O vice-governador do Amazonas, Tadeu de Souza, voltou a cobrar do governo federal uma adaptação do Sistema Único de Saúde (SUS) às especificidades do estado. Em artigo publicado nesta terça-feira, 23/09, no portal Poder360, ele afirmou que o modelo atual é insuficiente para atender a complexidade do território amazonense e declarou que a “paciência da população chegou ao limite”.

Segundo Tadeu, o Ministério da Saúde precisa reconhecer que a realidade amazônica exige mais investimentos, logística diferenciada e valorização dos profissionais que atuam no interior.

 “É o Ministério da Saúde quem tem a responsabilidade de reconhecer que a floresta também é Brasil, e que saúde aqui custa mais, demora mais e precisa de mais. O povo do Amazonas tem sido resiliente por tempo demais. Vive em silêncio o que, em outras regiões, causaria comoção nacional. Mas essa paciência chegou ao limite”, destacou.

Centros regionais e logística

O vice-governador defendeu que cidades como Parintins, Tefé, Tabatinga e Itacoatiara sejam transformadas em polos de saúde estruturados, capazes de oferecer cirurgias, exames de imagem, urgência e especialidades médicas. Ele criticou a dependência da capital e a necessidade de deslocamentos para procedimentos básicos.

“Não adianta montar um hospital regional se o paciente em estado grave não consegue chegar a tempo. O SUS no Amazonas precisa de uma rede logística eficiente, que inclua barcos, voadeiras e aviões”, reforçou.


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Escassez de médicos

Outro ponto abordado foi a falta de profissionais no interior. Tadeu lembrou que enquanto São Paulo e Brasília contam com média de seis médicos por mil habitantes, em muitas regiões do Amazonas a proporção cai para 0,2.

“Hoje, muitos médicos vêm apenas cumprir contratos temporários e vão embora. Isso rompe vínculos, desorganiza equipes e enfraquece a atenção primária. Defendemos um programa nacional de permanência, com carreira estruturada, plano de progressão, bônus por interiorização e condições dignas de trabalho”, afirmou.

Telessaúde e conectividade

O vice-governador também ressaltou que a telemedicina depende de internet de alta velocidade, cobrando agilidade na implementação das Infovias, projeto que prevê a chegada de fibra ótica a municípios isolados.

“Não existe cuidado moderno sem regulação, prontuário digital, laudos à distância e apoio diagnóstico remoto. Nenhuma dessas mudanças será possível sem a presença e o compromisso do governo federal”, concluiu.