Sul do Amazonas espera resposta do Governo Federal para “moratória” ambiental

Prefeito de Apuí, Marquinhos Macil (Foto: Marquinhos Macil)
O prefeito de Apuí, Marquinho da Macil (PSD), afirmou, no programa Meio Dia com Jefferson Coronel, da TV Onda Digital, que os prefeitos de dez municípios do Sul do Amazonas ainda esperam uma resposta do Governo Federal para a proposta de regularização ambiental e fundiária apresentada, em agosto, durante encontros com ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Tomamos grandes sustos nesse ano, o Ibama apareceu lá e destruiu tudo nas propriedades rurais, a coisa foi feia”, lembrou Macil a propósito de ações de repressão realizadas contra desmatadores. “Nós, prefeitos de dez municípios, nos unimos e fomos três vezes a Brasília, onde, com o apoio da bancada, senador Braga (Eduardo-MDB), Omar (Aziz, PSD) e o deputado Sidney Leite (PSD) tivemos conversas com a Gleisi Hoffman (ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais), com ministro Rui Costa (Casa Civil) e até mesmo a Marina Silva (ministra do Meio Ambiente)”, relatou o prefeito.
Conforme Marquinhos da Macil a ideia do grupo de prefeitos foi oferecer um acordo, contrapartidas para compensar os eventuais crimes ambientais cometidos nos municípios da região, hoje a mais desmatada do Amazonas.
“Oferecemos contrapartidas. Não foi só chegar lá e dizer: ‘parem de nos multar!’ Nos digam o que podemos fazer para contribuir”, relatou o prefeito, explicando que a ideia é o Ibama levantar o problema, dizer quanto cada produtor rural desmatou além do permitido pela Legislação ambiental e ao final dar a ele um prazo para recompor a floresta. Com isso, os produtores e as prefeituras se comprometem a não fazer novos desmatamentos.
Um acordo do tipo já foi celebrado entre o Ibama e a prefeitura do município paraense de Paragominas, onde está o epicentro do arco do desflorestamento. Lá os produtores rurais extrapolaram no desmatamento para fins de pecuária, mas desde 2023 se comprometeram com a recomposição da floresta e com investimentos em tecnologia para seguir produzindo mais em menores espaços, um exemplo que Apuí quer seguir.
O secretário-executivo da SRI, André Ceciliano, informou que a proposta de acordo levada pelos prefeitos do Sul do Amazonas ainda está em fase de estudos de viabilidade nos órgãos ambientais, mas que em princípio todos os ministros ouvidos são favoráveis ao entendimento como forma de reduzir as tensões na região.
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Marquinhos da Macil afirmou que o desmatamento registrado neste ano no município é o menor da história e essa redução nas agressões a floresta pode ser atribuídos ao uso de tecnologia pelos produtores e a temporada extra de chuvas que atingiram a região produtora de Apuí.
“A vocação dos nossos produtores é criar boi, pois, boi é um ativo. Se não vender hoje, ele engorda e você vende mais caro ano que vem. No entanto, estamos estimulando a adoção de novas culturas agrícolas, como o café. Um excelente negócio que pode ser uma alternativa ao produtor”, explicou Macil.
Em outra frente, muitos produtores estão criando gado confinado e engordando com capineiras, portanto, canalizando os esforços para produzir mais em espaços menores. “Com isso o produtor deixa de desmatar a floresta e ganha muito mais com sua propriedade rural”, finaliza o prefeito.
