O advogado, sociólogo, cientista político e presidente da Comissão de Reforma Política e Combate à Corrupção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Carlos Santiago foi entrevistado hoje, 27, do Fiscaliza Geral. Ele fez uma análise sobre a movimentação política em torno da CPI da Águas de Manaus, que está iniciando suas atividades dentro da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Santiago afirmou o seguinte, a respeito da escolha do relator da CPI e a sua composição:
“As escolhas do presidente e do relator foram decisões do grupo chamado hegemônico dentro da CMM. O presidente Caio André é grande liderança desse grupo.
Dentre os vereadores que se declaram independentes, não acredito muito nesse discurso da independência. Acredito que esse grupo que hoje conduz os trabalhos da CPI é muito mais próximo do Governo do estado do que da Prefeitura de Manaus. Afinal, o governador Wilson Lima interviu na eleição da mesa diretora da Câmara”.
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Sobre o que esperar do trabalho da CPI, Santiago disse:
“Já tivemos uma CPI sobre o serviço de água e esgotamento sanitário da cidade, acho que há uns 6 anos, e ela deve apontar o caminho que essa nova CPI vai seguir. Ou seja, a empresa não cumpre 100% do contrato, faltam investimentos… Bem, é preciso ser justo e dizer que o serviço de abastecimento de água em Manaus melhorou muito ao longo dos últimos 30 anos, e havia muito mais dificuldade de acesso à água do que hoje”.
Santiago também opinou sobre a questão dos medidores aéreos da Amazoans Energia, e da lei que tramita na CMM que busca impedir a instalação deles pelo ângulo da poluição visual:
“Houve uma forçação de barra aí, porque no fundo quem vai definir isso é o Governo Federal. A Amazonas Energia já tem autorização da Aneel para instalação desses medidores. Acredito que essa lei terá problemas seríssimos para vigorar por causa de decisões do Supremo Tribunal Federal a respeito disso. Questão de poluição é muito séria em Manaus, e acho que os vereadores têm boas ideias sobre isso. Temos outdoors desnecessários, faixas nos postes, os próprios postes… Manaus está muito mal amada”.
A entrevista completa com o cientista político Carlos Santiago pode ser assistida aqui.