Em Brasília, nesta terça, 12/12, ocorreu reunião entre o presidente Lula e grupos políticos adversários do estado de Alagoas para tentar resolver a crise iniciada com o colapso de uma mina da companhia mineradora Braskem, que ameaça afundar cinco bairros de Maceió, a capital alagoana. A reunião, no entanto, acabou sem solução.
De um lado da reunião, estava o governador Paulo Dantas (MDB), alçado ao cargo pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Do outro, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), aliado de primeira hora do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e também do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Todos estiveram presentes. Os dois grupos são opostos e a reunião marcou a primeira vez em que Dantas e JHC conversaram pessoalmente desde o início da crise, em 29 de novembro.
O foco da briga entre governo e prefeitura de Maceió é o acordo do município com a Braskem. JHC e Renan se interromperam em diversos momentos, e o grupo de Renan é contra a proposta assinada por JHC, que não responsabiliza a empresa pelo acidente. Renan, inclusive, é proponente da CPI da Braskem, que deve acontecer, segundo interlocutores do governo.
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Segundo participantes do encontro, o prefeito defendeu o acordo, enquanto o senador argumentou que não houve um repasse justo à população. Até Lula chegou a intervir.
Já o governador Dantas já tinha chamado, na semana passada, o acordo de “ilegal” e “inconstitucional”.
Após a reunião, só o ministro da Casa Civil Rui Costa falou oficialmente. Ele disse que o governo seguirá acompanhando a situação e poderá servir como intermediador da crise. Já está prevista outra reunião com as autoridades do estado, a bancada alagoana no Congresso e representantes da Braskem.
A disputa em Alagoas se estende ao gerenciamento da crise: Prefeitura e governo do estado também criaram seus próprios comitês de emergência para gerenciar a situação, e não existe comando unificado para administrar a situação.
Também foi informado que Lula não deverá ir até Alagoas até que a situação seja resolvida.
No domingo, 10/12, a mina 18 da Braskem colapsou dentro da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. Especialistas acreditam que a tendência agora é de acomodação, com a cratera da mina sendo ocupada por água e solo.
*Com informações de UOL.