Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgado nesta sexta-feira, 28, mostra que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões por meio de Pix de janeiro a julho deste ano.
As informações foram enviadas para a CPI dos Atos Golpistas do Congresso como parte da análise da movimentação financeira do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. O Coaf considerou que as movimentações dos dois estão relacionadas. Bolsonaro não está sendo investigado pela CPI.
O Coaf classifica as movimentações como “atípicas”, mas também afirma que elas “provavelmente” têm relação com uma campanha de arrecadação feita por apoiadores de Bolsonaro para pagar multas dele à Justiça.
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A análise das movimentações do ex-presidente vai de maio do ano passado a julho deste ano. Neste período, Bolsonaro movimentou R$ 39,9 milhões. A conta recebeu quase R$ 20 milhões. E saíram dela outros R$ 20 milhões.
De 1º de janeiro a 4 de julho deste ano, o ex-presidente da República recebeu quase 770 mil depósitos via Pix, que totalizaram R$ 17,2 milhões. O conselho identificou que R$ 17 milhões foram investidos em renda fixa. A movimentação foi na conta pessoal de Bolsonaro, aberta em junho de 2020, no Banco do Brasil.
A campanha para arrecadar fundos para Bolsonaro foi anunciada no dia 23 de junho. Parlamentares e ex-integrantes do governo divulgaram amplamente a chave Pix do ex-presidente dias antes das postagens pedindo doações ao ex-presidente. A Justiça de São Paulo tinha bloqueado mais de R$ 370 mil de Bolsonaro pelo não pagamento de multas durante a pandemia por não ter usado máscara em diversas ocasiões.
Receber doações, claro, não se configura em irregularidades. Quem recebe o dinheiro fica com a responsabilidade de pagar o ITCMD, o imposto de transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos. E ano que vem, o ex-presidente terá de declarar o valor recebido no seu Imposto de Renda, listando o CPF de cada um dos doadores.