Regina Duarte, apoiadora assumida de Jair Bolsonaro (PL), revelou, em entrevista ao UOL, que foi rejeitada ao tentar voltar a atuar após ter sido secretária de Cultura durante o governo do ex-presidente.
“Tentei fazer teatro no ano passado, mas os dois textos que escolhi não foram aprovados pelos autores. Não quiseram se envolver comigo, por suas razões, que eu entendo perfeitamente. Então, fiquei assim, meio no limbo, ano passado todo. E, no início deste ano, o anjo jogou umas folhas em cima de mim”, disse Duarte.
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Regina assumiu a Secretaria Especial de Cultura em 2020, e ficou a frente da pasta por três meses. Durante a entrevista, a atriz revelou que sabia dos riscos, porém, classificou como “irresistível” o convite para integrar o governo, apesar de admitir sem rodeios que não estava preparada para o cargo.
“Como atriz, sempre fui interessada em conhecer vastíssimas camadas do ser humano. E o convite para conhecer os subterrâneos de Brasília era um pitéu”.
Apoiada em uma promessa de “carta-branca” para montar a própria equipe, a atriz lembra que tentou fazer do produtor cultural Humberto Braga — que morreu em 2021 — o secretário-adjunto da pasta. A nomeação, entretanto, nunca aconteceu.
Lidar com as manifestações contrárias de parte da classe artística, a quebra da promessa de independência e as ações da secretaria travadas no antigo governo foram um choque para a atriz, que precisou romper um contrato de décadas com a Globo para embarcar no Executivo.
“Foi assustador, mas me ajudou a crescer. Hoje, consigo proteger melhor a menina ingênua do interior que eu insisto em exercer. Fui defenestrada, essa palavra me ocorreu agora há pouco, e não me arrependo. Pelo contrário, foi muito bom para mim”, completou.
*Com informações do Metrópoles