O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), encaminhou nessa segunda-feira (02/06) um pedido formal à Polícia Federal (PF) solicitando o bloqueio imediato das contas bancárias do ex-presidente Jair Bolsonaro e a interrupção de eventuais remessas de recursos destinadas ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos.
No documento, Lindbergh Farias argumenta que a manutenção da possibilidade de transferência internacional de valores oriundos do Brasil para contas ou serviços de titularidade direta ou indireta de Eduardo Bolsonaro representa um “risco imediato à efetividade da jurisdição penal”. O parlamentar petista acrescenta que tais movimentações financeiras podem reforçar “a continuidade da ofensiva contra o Estado Democrático de Direito”, em referência às investigações que apuram uma suposta trama golpista envolvendo o ex-presidente e aliados.
Lindbergh solicita bloqueio e quebra de sigilo de Jair Bolsonaro
Lindbergh Farias formalizou três pedidos principais à Polícia Federal. O primeiro requer o deferimento de uma medida cautelar que interrompa imediatamente o fluxo de recursos financeiros originados no Brasil e destinados ao exterior, em benefício de Eduardo Bolsonaro.
Segundo o líder do PT, o deputado licenciado se encontra atualmente em território norte-americano, e a medida busca evitar que ele continue a ter acesso a recursos que possam ser utilizados na suposta ofensiva contra o sistema de justiça brasileiro.

Além disso, Lindbergh solicita o bloqueio imediato das contas bancárias do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem ele atribui a função de “autor da captação irregular” e “financiador do núcleo externo da trama golpista”. A acusação reforça a tese de que Jair Bolsonaro teria papel central na movimentação de recursos financeiros destinados a sustentar ações no exterior contrárias ao Estado Democrático de Direito.
O segundo pedido é a quebra do sigilo bancário e fiscal de Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro e dos demais envolvidos na investigação, com base no artigo 1º, §4º, da Lei Complementar nº 105/2001.
O objetivo, segundo o documento, é rastrear valores que foram supostamente enviados ao exterior, com indícios de desvio de finalidade na arrecadação por meio de transferências via Pix. Esses recursos, de acordo com Lindbergh, estariam sendo utilizados para financiar uma estrutura internacional voltada a atacar o sistema de justiça brasileiro.
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Como terceiro ponto, Lindbergh Farias solicitou à Polícia Federal que comunique o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) sobre o caso, com o intuito de detectar movimentações financeiras atípicas entre Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro e possíveis intermediários, sejam pessoas físicas ou jurídicas. A medida visa ampliar o monitoramento e identificar eventuais operações irregulares ou suspeitas de lavagem de dinheiro e financiamento de atividades ilícitas no exterior.
Investigação contra Felipe Barros
No mesmo documento, o líder do PT também pede que a Polícia Federal abra investigação contra o deputado federal Felipe Barros (PL-PR). Segundo Lindbergh, Felipe Barros teria realizado reuniões no exterior, contribuindo para a “negociação de intervenção estrangeira contra autoridades brasileiras”. O petista alega que essas ações se somam à estratégia de ataque ao sistema democrático nacional e justificam a abertura de uma apuração formal.
*Com informações de CNN