O presidente Lula (PT) fez um pronunciamento na tarde desta terça-feira (21/11) durante cerimônia de formatura dos futuros diplomatas do Instituto Rio Branco, no Palácio Itamaraty. Nessa solenidade, o mandatário brasileiro falou sobre a importância de uma cooperação regional fortalecida entre os países da América do Sul.
Lula disse:
“Nós estamos vivendo algumas confusões na América do Sul. Não é mais mesma de 2002, de 2004, 2006. Nós vamos ter problemas políticos. E, ao invés de reclamar dos problemas políticos, nós temos que ser inteligentes e tentar resolvê-los, tentar conversar. Tentar fazer com que as pessoas aprendam a conviver democraticamente na adversidade”.
Ele continuou:
“Eu não tenho que gostar do presidente do Chile, da Argentina, da Venezuela. Ele não tem que ser meu amigo. Ele tem que ser presidente do país dele, eu tenho que ser presidente do meu país. Nós temos que ter política de Estado brasileira e ele do Estado dele. Nós temos que nos sentar na mesa, cada um defendendo os seus interesses. Não pode ter supremacia de um sobre o outro, a gente tem que chegar a um acordo. Essa é a arte da democracia. A gente tem que chegar a um acordo”.
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A fala de Lula acontece dois dias após a vitória de Javier Milei na eleição presidencial na Argentina. Milei, um economista ultraliberal e de direita, já fez várias críticas ao Mercosul e ao próprio Lula nos últimos meses.
A fala de Lula não citou Milei nominalmente. No domingo (19/11), ao comentar o resultado do segundo turno argentino, Lula também não citou Milei, apenas parabenizou o vencedor do pleito num post nas redes sociais.
Dono de opiniões polêmicas, o futuro presidente da Argentina – país que vive a maior crise de sua história – se define como “anarcocapitalista”. Ele venceu a eleição contra o ministro da Economia, Sergio Massa, prometendo dolarizar a economia, fechar o Banco Central argentino e deixar o Mercosul.
No começo deste novembro, durante entrevista com um jornalista peruano, Milei chamou Lula de “corrupto”.
Com informações de G1.
