O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assumiu nesta segunda-feira (10/03) o comando da pasta no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seu discurso foi marcado pela defesa da revisão da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos na rede privada, além de um tom mais firme contra o negacionismo, que o novo ministro prometeu combater.
Padilha já ocupou o cargo de ministro da Saúde durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014.
Revisão da tabela do SUS
Padilha destacou a necessidade de reformar a tabela do SUS, mecanismo utilizado para definir os valores pagos pelo governo a hospitais particulares que atendem pelo sistema público de saúde.
“Sei que a tabela do SUS, da forma como remunera os serviços hoje, não acabará com a peregrinação do nosso povo. Teremos a coragem e a sabedoria necessárias para enterrar esse modelo e construir um novo.”
O ministro afirmou que a revisão começará pelos serviços com maior fila de espera:
“Começaremos essa renovação pelos serviços que geram mais tempo de espera. Teremos um novo modelo de remuneração. Pagaremos mais e melhor pelos atendimentos especializados que ocorram no tempo correto. Uma tabela que poupe o tempo do cidadão.”
O novo ministro também já havia mencionado que deseja ampliar parcerias com a rede privada para reduzir o tempo de espera dos pacientes.
Discurso firme contra o negacionismo
O novo chefe da pasta afirmou que o principal inimigo de sua gestão será o negacionismo. Além disso, garantiu que vai intensificar a defesa das vacinas.
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“Negacionistas, vocês têm nas mãos o sangue dos que morreram na pandemia. Nós vamos impulsionar um amplo movimento nacional pela vacinação e defesa da vida.”
A declaração fez referência ao período da pandemia de covid-19, quando mais de 700 mil brasileiros perderam a vida em decorrência da doença.
O ministro também criticou a desinformação propagada sobre vacinas, citando o caso da imunização contra o HPV:
“Diziam que a vacina contra o HPV causava vários efeitos colaterais. Nós insistimos, e, hoje, após dez anos, não há nenhum jovem com esses efeitos.”
Por fim, Padilha ressaltou que o Brasil seguirá apoiando os trabalhos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que o governo se comprometerá com as futuras campanhas de vacinação:
“Dizer sim à OMS é dizer sim à vacinação contra poliomielite. Dizer sim à OMS é dizer sim ao programa mundial de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis.”