Deputados da oposição anunciaram que vão protocolar na quarta-feira (21/02) o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por conta da crise diplomática aberta com Israel. No domingo (18/02), Lula comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto na 2ª guerra mundial.
Os parlamentares conseguiram apoio de 122 deputados, mas só irão protocolar na quarta o documento na presidência da Câmara porque aguardam novos apoios.
Autora do pedido, Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que recebeu ligação de vários colegas que querem assinar, mas estão em trânsito para a capital.
Parlamentares se uniram hoje por um propósito, tentar trazer de volta a governabilidade no Brasil, inclusive com deputados da base do governo, isso demonstra que precisamos o mais breve possível aprovar este pedido de impeachment que se encaminha para a maior adesão da história… pic.twitter.com/Y25zElgiji
— Carla Zambelli (@Zambelli2210) February 20, 2024
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Os signatários do pedido se revezaram em discursos no Salão Verde, principal espaço de exposição na Câmara, e fizeram duros ataques a Lula nesta terça (20/02).
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) disse que Lula deveria estar preso e que o presidente tem envergonhado o país.
“O presidente está enlameando a imagem do Brasil no exterior. Ele desonra a memória do povo judeu e de Israel e abre uma crise diplomática sem precedente. A lei de impeachment é clara e esse ataque a uma nação estrangeira é passível de seu afastamento do cargo”, disse Van Hattem.
Alvo recente de uma ação da Polícia Federal, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), líder da minoria na Câmara, repudiou a fala de Lula e disse que se trata não só de um crime de responsabilidade, mas também um crime contra a humanidade.
“Lula, agora, tenta inverter o jogo, se apresentando como a vítima dessa história. Sua declaração foi um absurdo e, em vez de fazer uma mea-culpa, ao contrário, dobra a aposta ao querer denunciar Israel em tribunais internacionais”, disse Jordy.
Expoente do bolsonarismo, Bia Kicis (PL-DF) afirmou que Lula foi o primeiro presidente brasileiro a ser considerado uma “persona non grata” por uma nação estrangeira.
“É de se lamentar o que Lula fez. Em Israel, há estátuas de Oswaldo Aranha pelas ruas. Se trata do brasileiro que foi fundamental para a criação do estado de Israel, quando presidiu a ONU na década de 1940. O presidente foi inconsequente e irresponsável”.
O deputado Luciano Zucco (PL-RS) afirmou que não cabe mais retratação para Lula.
“A declaração de Lula comparando a guerra entre Israel e Hamas ao Holocausto é desastrosa sob todos os aspectos. Apenas Hamas, MST e mais um punhado de malucos elogiaram a fala grotesca de Lula. Se ele ainda nutria o sonho de um dia conquistar o Prêmio Nobel da Paz, hoje frequenta o mesmo patamar dos seres rastejantes da diplomacia internacional”, afirmou Zucco.